BRASÍLIA, (Reuters) – A inadimplência em recursos livres no Brasil avançou em outubro para o nível mais alto em quase quatro anos, mostraram dados do Banco Central nesta segunda-feira, em meio ao alto custo dos empréstimos após o agressivo ciclo de aperto monetário.

A taxa de inadimplência em recursos livres aumentou para 4,2% em outubro de 4,1% no mês anterior, taxa mais elevada desde agosto de 2018, quando foi de 4,22%.

Ao mesmo tempo, o spread bancário no mesmo segmento ficou em 30,3%, de 28,6% em setembro.

+ Mutirão nacional de negociação de dívidas termina dia 30 de novembro; veja como participar

+ Dívidas em atraso tiram o sono de 84% dos brasileiros, diz pesquisa

O BC fez um alerta recentemente sobre riscos à estabilidade financeira do país em um eventual cenário de elevação de gastos públicos e incerteza sobre a trajetória de endividamento do governo, com impacto sobre prêmios de risco e expectativas de inflação.

De acordo com o BC, a capacidade das pessoas físicas de pagar se deteriorou mesmo diante de indicadores melhores para a economia e o mercado de trabalho.

O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,0% em outubro na comparação com setembro, a 5,215 trilhões de reais, correspondente a 54,9% do Produto Interno Bruto (PIB), mostraram ainda os dados do PIB. Em 12 meses, a taxa desacelerou a 15,8%, de 16,4% em setembro.

O BC prevê aumento de 14,2% do crédito este ano.

(Por Marcela Ayres)

tagreuters.com2022binary_LYNXMPEIAR0NW-BASEIMAGE