O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta quarta-feira, 28, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicará Gabriel Galípolo para substituir Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central a partir de 2025.

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Para o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, a indicação de Galípolo confirma as melhores expectativas do mercado, dentro de um processo de transição realizado com segurança e tranquilidade. Noronha destaca ainda que o indicado “será o segundo presidente do Banco Central autônomo e com gestão independente ao mandato governamental”.

“No cargo de diretor de Política Monetária, Galípolo já demonstrou competência técnica e capacidade de interlocução com os mais diferentes segmentos econômicos, o que será fundamental para fortalecer o instituto do Banco Central autônomo. A nossa expectativa é de uma condução sólida e robusta do Banco Central, seja do ponto de vista técnico, seja em relação aos novos e complexos desafios que se impõe no âmbito da regulação do sistema financeiro”

Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco, também destaca o perfil técnico do economista. “As qualidades técnicas de Gabriel Galípolo foram comprovadas em sua gestão à frente da Diretoria de Política Monetária do Banco Central. Pelas declarações e ações, Galípolo demonstra ser um homem de visão ampla”.

Cappi ressalta o “temperamento sereno” de Galípolo e o desafio que terá à frente do BC no controle da inflação.

“Nossa expectativa é que exercerá uma gestão vitoriosa em sua missão principal de manter a inflação sob controle, mas com a visão ampliada das circunstâncias de um Banco Central que tem papel fundamental na formação da estabilidade dos mercados. Com seu temperamento sereno, Galípolo exercerá papel decisivo para um Banco Central tempestivo e responsável.”

A indicação de Galípolo para o comando do BC já era esperada pelo mercado, mas após a confirmação trazida por Haddad nesta tarde, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) renovaram os picos do dia. Termômetro do nervosismo do mercado, o dólar também acelerou ante o real.

O nome precisará passar por sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado e ser aprovado pelo plenário da Casa, que terá um esforço concentrado de votações na primeira semana de setembro, em meio às campanhas para as eleições municipais, mas Haddad disse que essa definição não depende do governo.

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), disse que a sabatina do economista Gabriel Galípolo “provavelmente” vai ocorrer após o primeiro turno das eleições municipais, que acontece em 6 de outubro.