O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) recuou 4,2 pontos na passagem de maio para junho, para 107,6 pontos, o menor nível desde novembro de 2019, quando estava em 105,1 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O indicador fechou em nível confortável, abaixo dos 110 pontos, pela primeira vez desde o fim de 2019.

“O recuo do IIE-Br de junho deveu-se, pela terceira vez seguida, ao componente de Mídia. A redução relativa da ocorrência de termos relacionados à incerteza na mídia foi motivada por eventos positivos como a desaceleração da inflação, a resiliência da atividade econômica e a melhora da percepção em relação às atuais situações política e de risco fiscal”, avaliou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

“As altas do componente de Expectativa por sua vez têm sido curiosamente motivadas também por um aspecto favorável. É que a melhora do quadro inflacionário vem aumentando a dispersão das projeções de IPCA e juros para os próximos 12 meses. Por consistir em uma novidade na medição, será preciso aguardar os próximos meses para saber se o indicador continuará girando em patamares confortáveis e sinalizando uma diminuição consistente da incerteza econômica”, acrescentou.

O IIE-Br é formado por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.

O componente de Mídia caiu 5,6 pontos, para 104,5 pontos, menor nível desde novembro de 2019, contribuindo com -4,9 pontos para o IIE-Br do mês. O componente de Expectativas subiu 2,8 pontos, para 116,8 pontos, contribuindo com 0,7 ponto para o índice de junho.

A coleta do Indicador de Incerteza da Economia brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.