Entre os índices da B3 acompanhados até 24 de outubro de 2025, apenas três apresentam perdas no ano. O IAGRO, que mede o desempenho de ações do agro na bolsa, é o que mais recua, acumulando uma queda de 8,70% na janela em questão, segundo levantamento da Elos Ayta Consultoria.

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Logo depois aparece o IMAT, índice ligado a materiais básicos, com queda de 0,64%, e o IBOVB3, que reúne estatais, praticamente estável com leve variação negativa de 0,13%.

O levantamento aponta que o desempenho fraco do IAGRO está relacionado à grande diferença entre os resultados das ações que compõem o índice. Das 30 companhias que fazem parte da carteira, 19 encerram o período no vermelho, refletindo a piora em segmentos como o de commodities agrícolas, papel e celulose, açúcar e álcool, além de bens industriais ligados ao campo.

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Algumas ações registram perdas expressivas. Recrusul (RCSL3) lidera as quedas com -73,91%, seguida por Raízen (RAIZ4), com -55,09%, e Tupy (TUPY3), com -45,17%. Empresas de peso no agronegócio também acumulam resultados negativos, entre elas Suzano (-20,52%), Cosan (-26,47%) e São Martinho (-35,55%).

Por outro lado, há papéis que conseguiram avançar em 2025. Hidrovias (HBSA3) aparece no topo das altas, com 58,75%, apoiada na recuperação dos fretes e na melhora das rotas logísticas em relação a 2024.

O IAGRO foi criado em 2019 e tem trajetória marcada por oscilações. Desde sua estreia, acumulou três anos de resultado negativo – 2022 (-12,82%), 2024 (-11,35%) e agora 2025 (-8,70%). Seu melhor desempenho foi no primeiro ano, quando avançou 46,91%.

A sequência de quedas mostra o momento desafiador para as companhias ligadas ao campo listadas na bolsa. O setor lida com custos mais altos, retração nos preços internacionais e margens menores em várias cadeias, fatores que se refletem diretamente no comportamento do índice.