O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação das famílias com renda de até cinco salários mínimos, acumulou alta de 4,77% em 2024. O indicador é utilizado para calcular o reajuste das aposentadorias de quem recebe acima de um salário mínimo.

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A alta em 2024 foi puxada principalmente pelo grupo Alimentação e Bebidas, que avançou 7,60% em 12 meses e gerou um impacto de 1,83 p.p. sobre o INPC do ano. O segundo maior impacto (0,74 p.p.) veio do grupo Transportes, que acumulou alta de 3,77% em 2024.

Em dezembro, o índice subiu  0,48%, acima da taxa de novembro (0,33%) e abaixo da taxa registrada em dezembro de 2023 (0,55%).

Fernando Gonçalves, gerente do INPC e do IPCA, a inflação oficial do país, acredita que os grupos de bens e serviços pesquisados se comportaram de maneira similar nos dois índices. “Diferenças podem ser observadas no impacto de alguns subitens, como, por exemplo, plano de saúde e passagens aéreas, que têm menos peso no orçamento das famílias com menor rendimento”.

O INPC coleta dados nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

Reajuste das aposentadorias e do teto do INSS

Para os aposentados que recebem acima de cinco salários mínimos, o INPC de 4,77% será utilizado para atualizar os valores dos pagamentos em 2025. Já o teto previdenciário subirá de R$ 7.786 para R$ 8,157. O reajuste, porém, ainda precisa ser oficializado pelo governo.

Dos cerca de 40 milhões de beneficiários do INSS, cerca de 70% são no valor de até um salário-mínimo.

Já o novo piso nacional representa um ganho real de 2,5%. O reajuste está de acordo com a nova regra aprovada pelo Congresso Nacional que condiciona a atualização do salário mínimo aos limites definidos pelo novo arcabouço fiscal. Por essa nova norma – válida entre 2025 e 2030 – o salário mínimo terá ganho real de 0,6% a 2,5%.

Quem recebe o piso só teve reajuste menor do que o de quem recebe acima do salário mínimo nos anos de 2017, 2018 e 2020. Veja tabela abaixo:

Histórico do salário mínimo (Crédito:Divulgação/Dieese)

Calendário de pagamentos

Os pagamentos começam a ser feitos a partir de 27 de janeiro e vão até o dia 7 de fevereiro. Para quem ganha acima do mínimo, os pagamentos começam no dia 3 de fevereiro.

Para saber a data, basta ver o número final do cartão de benefício, sem considerar o último dígito verificador, que aparece depois do traço.

Os segurados podem acessar o site Meu INSS (https://meu.inss.gov.br/). Após fazer o login, na tela inicial, clique no serviço de “Extrato de Pagamento”. É possível ter acesso ao extrato e todos os detalhes sobre o pagamento do benefício.

Para quem não tem acesso à internet, basta ligar para a Central 135. Ao ligar, informe o número do CPF e confirme algumas informações cadastrais, de forma a evitar fraudes.

A consulta também pode ser feita pelo aplicativo Meu INSS, disponível para aparelhos com sistemas Android e iOS.