11/08/2014 - 10:31
Os índices futuros sinalizam uma abertura com ganhos para as bolsas norte-americanas no primeiro pregão desta semana, nesta segunda-feira, 11. Menor preocupação com questões geopolíticas e o discurso do vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), Stanley Fischer, ajudam a estimular as compras de ações. Às 10h15 (de Brasília), no mercado futuro, o Dow Jones subia 0,51%, o Nasdaq ganhava 0,57% e o S&P 500 tinha alta de 0,47%.
Esta semana tem calendário mais agitado de indicadores do que na semana passada, incluindo as vendas no varejo e a produção industrial dos EUA de julho. Hoje, porém, não há divulgações previstas. Dirigentes do Fed, que estavam aparecendo pouco em público nos últimos dias, voltam a participar de eventos e quatro deles falam esta semana, incluindo Fischer, que está na Suécia.
O discurso de Fischer foi divulgado previamente e agradou aos investidores. O dirigente destaca que o crescimento econômico em países desenvolvidos tem sido decepcionante e que as previsões de expansão vêm sendo seguidamente rebaixadas. Nesse contexto, o papel da política monetária ainda é relevante para apoiar a economia dos EUA e pode prevenir um declínio do crescimento potencial do país.
O interesse pelas falas dos dirigentes do Fed aumentou depois que indicadores dos EUA divulgados nas últimas semanas começaram a mostrar que a economia ganhou força no segundo trimestre em ritmo melhor que o esperado. “Cresceu a preocupação de que o BC pode precisar elevar os juros antes do previsto”, afirma o estrategista-chefe da Raymond James, Scott Brown, em um relatório a investidores. Mas para o economista, essas preocupações dos investidores são exageradas e ele avalia que os rumos da política monetária em 2015 serão ditadas pelos dados da atividade deste segundo semestre.
As questões geopolíticas seguem no radar de Wall Street, mas as preocupações com a piora da situação são menores desde o pregão de sexta-feira, quando as bolsas fecharam em forte alta. Na Ucrânia, houve o recuo de soldados russos na fronteira, afastando por enquanto o temor de uma invasão de Moscou no país. No conflito entre Israel e o Hamas, uma nova trégua foi acertada ontem e, no Iraque, houve a entrada dos EUA para ajudar a conter o avanço dos rebeldes nas regiões norte e oeste, com ataques aéreos e fornecimento de armas, e a expectativa é que Washington consiga resolver o caos no país.
Apesar da relativa calma, o analista do Danske Bank Allan von Mehren avalia que o noticiário dos conflitos pode voltar a influenciar o apetite por risco a qualquer momento. “Novas sanções contra a Rússia ou novos exercícios militares de Moscou na fronteira com a Ucrânia podem provocar queda das bolsas”, afirma em nota a clientes.
No noticiário de empresas, a temporada de balanços trimestrais vai chegando ao fim. Um dos destaques nesta manhã é em fusões e aquisições. O fundo de private equity Blackstone está perto de comprar a participação de 50% que a holandesa Shell tem em um campo de gás de xisto nos EUA, segundo o The Wall Street Journal. O negócio pode ultrapassar US$ 1 bilhão. O papel da Blackstone subia 2,12% no pré-mercado.