02/08/2024 - 9:08
A produção industrial do país avançou 4,1% em junho, interrompendo dois meses consecutivos de taxas negativas, em meio à retomada da atividade em áreas afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada nesta sexta-feira, pelo IBGE.
Foi o resultado mensal positivo mais intenso desde julho de 2020, quando houve avanço de 9,1%. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a produção subiu 3,2%.
Os resultados de junho levaram a indústria a ultrapassar o patamar pré-pandemia (2,8% acima de fevereiro de 2020), mas o setor ainda se encontra 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, destacou o IBE.
Números acima do esperado
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 2,4% na variação mensal e de 1,2% na base anual.
“O avanço mais acentuado observado em junho de 2024 está relacionado não só com a base de comparação depreciada, explicada pelos dois meses consecutivos de queda na produção, mas também pela volta à produção de várias unidades produtivas que foram direta ou indiretamente afetadas pelas chuvas ocorridas no Rio Grande do Sul em maio de 2024”, afirma o gerente da pesquisa, André Macedo.
Das 25 atividades investigadas pela pesquisa, 16 avançaram em junho. As influências positivas mais significativas viram de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,0%), produtos químicos (6,5%), produtos alimentícios (2,7%) e indústrias extrativas (2,5%).
No setor de produtos alimentícios, que segundo o IBGE representa cerca de 15% da atividade industrial do Brasil, houve alta na produção de produtos importantes, como açúcar, produtos derivados de soja, suco de laranja e carnes de aves.
No acumulado do ano, a indústria teve alta de 2,6% até junho. No acumulado em 12 meses até junho, houve alta de 1,5%, ante avanço de 1,3% até maio.
O índice de Média Móvel Trimestral da indústria registrou alta de 0,7% em junho.
Na avaliação do Itaú, o resultado forte no mês “aponta para uma atividade resiliente no 2º trimestre do ano e um viés de alta para o PIB de 2024”.