SÃO PAULO (Reuters) – A área tratada com defensivos agrícolas cresceu 8,7% no terceiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período do ano anterior, o que permitiu um aumento nas vendas dos produtos em meio à expectativa de uma grande safra em 2021/22, informou nesta quarta-feira uma entidade que representa o setor.

No total, 209,3 milhões de hectares foram tratados com pesticidas no período, aumento de 16,8 milhões hectares, disse o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), alertando ainda para alguns problemas na oferta de insumos importados.

A soja foi o produto com maior área tratada no período (32% do total), seguida por pastagem (20%), trigo (12%), milho (10%), cana (7%) e demais cultivos –o levantamento computa mais de uma aplicação na mesma área.

“Esse resultado decorre de uma série de fatores, com destaque para o início do plantio de verão e o esperado aumento da safra 2021/2022, além da expectativa de preços firmes das principais commodities”, disse o presidente do Sindiveg, Julio Borges, em nota.

Em volume, os defensivos aplicados no terceiro trimestre atingiram 154,6 mil toneladas, ante 145,1 mil toneladas em igual período de 2020 (+6,6%).

Entre os principais segmentos de produtos, verificou-se crescimento de 14% no uso de fungicidas, 12% no uso de inseticidas, de 7% no uso de tratamento de sementes e 4% no uso de herbicidas, conforme pesquisa encomendada pelo Sindiveg à Spark Consultoria Estratégica.

O valor de mercado dos defensivos agrícolas aplicados chegou a 1,7 bilhão de dólares, com elevação de 21,7% sobre julho a setembro de 2020.

O presidente do Sindiveg voltou a alertar para preocupação em relação ao cenário global, “que é instável e preocupa bastante, devido à escassez de matérias-primas importadas, elevação dos custos e, especialmente, falta de garantia de entrega de insumos pela China, nosso principal fornecedor”.

O Sindiveg, que reúne 27 associadas, distribuídas pelos diversos Estados do país, representando aproximadamente 40% do setor, está em alerta sobre a elevação dos custos de matérias-primas importadas e os problemas de logística, acrescentou o dirigente.

“Especialmente nas últimas semanas, temos enfrentado dificuldades para recebimento de importantes insumos. A entidade e todas as indústrias associadas trabalham incansavelmente para equacionar a situação o mais rápido possível, para evitar eventual falta de insumos, mas o cenário é extremamente preocupante”, completou Julio Borges.

(Por Roberto Samora)

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