O índice de preços ao consumidor da Argentina cresceu 8,8% em abril, na comparação com março, informou nesta terça-feira, 14, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado representa uma desaceleração, após a alta mensal de 11,0% vista em março, e ficou abaixo de 10% pela primeira vez desde outubro, quando havia sido de 8,3%.

Já na comparação anual a inflação em abril estava em 289,4%, superior aos 287,9% vistos em março.

Até agora neste ano, a inflação está em 65% no país, segundo o Indec.

O governo do presidente Javier Milei, que herdou uma grande crise econômica, tem exaltado seu sucesso na redução da inflação mensal, que tem diminuído neste ano desde que ele assumiu o cargo em 10 de dezembro e desvalorizou drasticamente o peso, desencadeando um aumento inicial da inflação.

Milei tem incentivado uma dura campanha de austeridade com cortes de custos e procurado absorver a liquidez do mercado, o que foi bem aceito pelos investidores, ajudou a impulsionar a posição fiscal do governo e impulsionou uma recuperação das ações e dos títulos.

“Ele gerou um choque de austeridade monetária, parou de injetar pesos na economia e deu um forte sinal de austeridade fiscal”, disse Eugenio Mari, economista-chefe da consultoria Libertad y Progreso. Essa solução também atingiu duramente os salários e a atividade econômica, embora Mari tenha dito que as coisas devem melhorar.

“Uma queda acentuada nos salários reais implica uma queda na demanda agregada, uma queda no consumo e, obviamente, uma queda na atividade econômica. Mas o interessante é que agora, com a queda da inflação, a porta está aberta para a recuperação dos salários reais.”