22/04/2024 - 13:22
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira, 22, que manter a inflação sob controle é uma das melhores políticas sociais que existem. Para o banqueiro central, o mundo emergente corre o risco de entrar em um ciclo vicioso, no qual, para combater a desigualdade gerada pela inflação, acaba gerando mais dívida que resulta em mais inflação.
Ele frisou que não estava falando especificamente do Brasil.
“A inflação tem o elemento de causar desigualdade, que é gigantesco. A melhor coisa que o BC pode fazer é manter a inflação sob controle, porque esse é o crescimento com sustentabilidade; o empresário tem visibilidade de investimento e gera emprego sustentável. Essa é a melhor política social que se pode ter”, salientou Campos Neto, em evento da Legend Capital, em São Paulo.
Mercado de crédito
O presidente do Banco Central afirmou também que o mercado de crédito no Brasil está saudável e salientou que o país espera um crescimento de crédito de 9,5%, um dos maiores do mundo emergente. “Houve um momento com juros mais altos que existia o medo de que poderia ter um estresse maior, nós não víamos esse problema, mas entendíamos que o risco tinha aumentado. A grande probabilidade era passar por esse cenário de forma sustentável e foi isso que aconteceu.”
Campos Neto ponderou que há ainda alguns pontos com inadimplência mais alta, mas que na margem este cenário está melhorando. “Precisamos avançar nas microreformas para termos cada vez mais um aprofundamento de mercado maior.”
O presidente do BC também afirmou que um dos objetivos da autarquia é que os bancos possam cada vez mais extrair liquidez do crédito privado, a fim de terem mais segurança para produzir mais volume e créditos mais longos. “Muitas modificações foram feitas na crise para dar liquidez para o sistema bancário se mostraram programas que queremos manter.”
Ainda em sua fala, o banqueiro central ressaltou que o Brasil tem uma história de sucesso em aprofundamento de mercados financeiros. “O aprofundamento de mercados que o Brasil tem é muito maior que o do México”, disse. “É um instrumento que serve como um colchão nos momentos de crise.”