01/12/2022 - 14:00
A inflação nos Estados Unidos se moderou em outubro e ficou em 6% em 12 meses – de acordo com o índice PCE, o preferido do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano), divulgado nesta quinta-feira (1º) pelo Departamento do Comércio.
O dado de outubro, já antecipado ontem pelo presidente do Fed, Jerome Powell, é comparado com os 6,3% acumulados em 12 meses em setembro. Ainda na comparação mês a mês, a alta de preços ficou estável em 0,3%, em relação a setembro, o que é uma surpresa para os analistas, que esperavam 0,4%.
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Outra medida de inflação, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), também mostrou moderação nos preços, a 7,7%, nos 12 meses até outubro, ante 8,2% em setembro. É seu nível mais baixo desde janeiro de 2022.
A inflação é a prioridade do Fed, que elevou os juros para tentar desacelerar a economia. Taxas mais altas desestimulam o consumo e o investimento, reduzindo, assim, a pressão sobre os preços.
O Fed tem como meta uma inflação anual de 2%, nível considerado saudável para a economia.
Há um ano, a inflação se mantém em níveis elevados, próximos dos observados no início da década de 1980.
– Receitas e despesas em alta –
Além disso, a renda das famílias aumentou 0,7% em um mês, um aumento mais forte do que o esperado e superior ao de setembro (0,4%).
As despesas familiares também cresceram, 0,8%, percentual alinhado com o esperado pelos analistas, ante 0,6% em setembro. Essa progressão se deve aos reajustes salariais e aos auxílios concedidos nos estados.
Os gastos foram especialmente acentuados em gasolina e automóveis, mas também em alimentação e moradia.
De acordo com a economista-chefe da consultoria HFE, Rubeela Faooqi, “os gastos de consumo continuam resilientes ante uma inflação que atinge máximos em 40 anos e o aumento dos custos dos créditos”.
Esses gastos de consumo em bens e serviços devem apoiar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que se recuperou no segundo trimestre, após se contrair por dois trimestres consecutivos.
De fato, a temporada de compras natalinas teve um início promissor nos dias de grandes descontos que se seguem ao feriado de Ação de Graças, a “Black Friday” e a “Cyber Monday”.
Nesta temporada, as vendas devem crescer de 6% para 8%, em relação ao ano passado, chegando a US$ 960,44 bilhões, antecipou a Federação Nacional de Varejistas (NRF, na sigla em inglês).
Embora o risco de recessão não esteja completamente superado nos Estados Unidos, o presidente do Fed se mostrou otimista, em discurso na quarta-feira.
A possibilidade de a inflação baixar sem uma recessão é “muito plausível”, disse Powell.
Os mercados reagiram a seus comentários com uma forte alta.