12/12/2017 - 15:44
Os brasileiros mais pobres sentiram menos o impacto dos aumentos de preços na economia em novembro, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda de novembro aponta que a população de renda muito baixa foi afetada por uma inflação de 0,07% no mês, contra uma taxa de 0,34% entre a faixa de renda alta.
O indicador separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 900 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 9 mil, no caso da renda alta.
No mês, o IPCA foi de 0,28%. De janeiro a novembro, a inflação dos mais pobres acumula uma alta de 1,83%, resultado inferior ao registrado pela classe de renda mais alta, que sentiram um aumento de preços de 3,22% no período. O IPCA no ano foi de 2,80%.
“A significativa desaceleração no preço dos alimentos ao longo do ano se constitui no principal foco de alívio inflacionário em 2017, especialmente para as classes de menor poder aquisitivo”, justificou Maria Andreia Parente Lameiras, pesquisadora do Grupo de Conjuntura do Ipea, em nota oficial.
Os alimentos são o grupo de maior peso nos gastos totais das famílias mais pobres. A deflação de 0,38% nos alimentos em novembro contribuiu para diminuir em 0,16 ponto porcentual a inflação da renda mais baixa, enquanto para a classe mais rica a ajuda foi de -0,05 ponto porcentual.
“Em menor intensidade, os transportes também influenciaram, com a queda nas tarifas dos ônibus urbanos (0,6%) e interestaduais (1,6%), itens de grande peso na inflação dos mais pobres. Em contrapartida, nas classes mais ricas, para as quais o gasto com combustíveis é bem maior, a alta de 2,9% no preço da gasolina fez com que a contribuição do grupo transportes fosse positiva”, apontou o Ipea.
Os reajustes das tarifas de energia elétrica (4,2%) e do gás de botijão (1,6%) significaram um aumento de 0,29 ponto porcentual na inflação dos mais pobres, mas apenas 0,11 ponto porcentual na taxa sentida pelos mais ricos.