O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Argentina teve alta de 3,5% em setembro, na comparação com agosto, com alta de 209% na comparação anual, informou nesta quinta-feira, 10, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). A inflação ao consumidor acumulada no ano é de 101,6%.

O resultado mensal representa uma desaceleração, após a alta de 4,2% em agosto ante julho. A taxa de inflação em 12 meses até agosto foi de 237%.

Na leitura mensal, o avanço foi puxado moradia, água, eletricidade, gás e outros combustíveis.

O presidente Javier Milei tem cortado subsídios para setores como energia e transporte, ao mesmo tempo em que tem prometido cortar o que ele chama de inchaço no setor público, fechando alguns escritórios e cortando empregos.

Mas as duras medidas de austeridade têm prolongado a recessão e fizeram com que a taxa de pobreza aumentasse para cerca de 53%.

O programador de computadores Ivan Cortesi, de 30 anos, disse que, embora os preços dos alimentos tenham permanecido semelhantes aos do mês passado, os custos dos serviços públicos aumentaram significativamente. “No mês passado, houve um aumento significativo em todos os serviços públicos”, disse ele.

Milei desvalorizou a moeda local quando assumiu o cargo em dezembro, e os cortes acentuados nos gastos atingiram especialmente os trabalhadores informais, funcionários públicos, aposentados, médicos e professores.

Na quarta-feira, o Congresso argentino não conseguiu derrubar o polêmico veto de Milei a uma lei que teria reforçado os gastos das universidades de acordo com a inflação, após protestos em massa de estudantes e funcionários das universidades contra o veto.

Milei tem prometido vetar qualquer lei que ameace o equilíbrio fiscal.