O ano de 2014 foi um período de várias frustrações na América Latina, a começar pelo crescimento fraco da economia brasileira e as turbulências econômicas na Argentina e na Venezuela, que vêm sofrendo com índices de inflação elevados. No entanto, isso não afetou o crescimento da MasterCard na região.

Segundo Gilberto Caldart, executivo brasileiro responsável pela América Latina, a região ainda tem uma grande preponderância de transações financeiras realizadas em dinheiro, por isso o espaço para o crescimento dos pagamentos eletrônicos ainda é grande. Ele diz que a região registrou um crescimento de 20% no faturamento nos nove primeiros meses do ano em comparação com o mesmo período de 2013. Sua expectativa, afirma, é que o desempenho de 2015 seja semelhante.

Segundo o executivo, o maior avanço vem ocorrendo nas economias mais estáveis, como Colômbia e Peru. “O crescimento no Brasil vem sendo mais lento”, diz ele. No caso da Venezuela e da Argentina, a má situação das economias não impacta os negócios, visto que a aceleração da inflação nesses dois países eleva o valor nominal das transações financeiras.

As perspectivas são boas porque o uso dos pagamentos eletrônicos ainda é modesto na região. Para ampliar seu uso, a MasterCard lançou um laboratório de inclusão financeira no Quênia. Montado em Nairobi com investimentos de US$ 11 milhões da Fundação Bill & Melinda Gates ao longo dos próximos três anos, o laboratório vai desenvolver meios de pagamento eletrônicos que permitam a inclusão de consumidores não-bancarizados.

Além desses recursos, a MasterCard vai aportar mais US$ 8 milhões para incubar empresas iniciantes que dediquem-se a adaptar esses produtos ao mercado, favorecendo os ganhos de escala. “Há 2,5 bilhões de pessoas sem acesso a serviços financeiros básicos, que são um direito universal. Se não investirmos para solucionar esse problema, vamos ampliar ainda mais a divisão entre as pessoas incluídas e excluídas”, diz Caldart.