07/01/2023 - 16:14
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou, por meio de publicação no Diário Oficial da União, o primeiro tratamento para sobrepeso e obesidade via injeção semanal. O medicamento usado será a semaglutida 2,4mg, também conhecida comercialmente como Wegovy.
+ Injeção semanal para tratamento da obesidade é aprovada pela Anvisa
Usada em países como os EUA e o Canadá, a chamada caneta de semaglutida deve ser usada apenas com supervisão médica. Segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, o método pode fazer com que pacientes percam, em média, 15% do peso corporal em pouco mais de um ano. “A substância consiste em um hormônio que sinaliza ao cérebro a sensação de saciedade”, explica o informativo da Abeso.
Como ele funciona?
Segundo a Anvisa, o Wegovy é indicado como um adjuvante a uma dieta hipocalórica e exercício físico aumentado para controle de peso, incluindo perda e manutenção de peso, em adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) inicial de ≥30 kg/m² (obesidade) ou ≥27 kg/m² a <30 kg/m² (sobrepeso) na presença de pelo menos uma comorbidade relacionada ao peso; por exemplo, disglicemia (pré-diabetes ou diabetes mellitus tipo 2), hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular.
Qual a média da perda de peso?
A perda média de peso com o uso do Wegovy chega a 17%, segundo um estudo apresentado à Anvisa pelo fabricante. Em uso por 68 semanas, parte dos participantes da pesquisa chegaram a perder 20% do peso corporal.
O Wegovy já era aprovado no Brasil para o tratamento do diabetes tipo 2. A decisão da Anvisa foi bem avaliada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Meteorologia. “É uma notícia importante para a especialidade e os endocrinologistas. O trabalho do especialista é fundamental neste momento para a condução adequada do tratamento que conta, agora, com mais uma ferramenta extra”, comentou o Dr. Paulo Miranda, presidente da SBEM Nacional.
Quais são as reações do uso do Wegovy?
No estudo, mostrou-se que a reação mais comum com o tratamento foi a náusea. Aparecem ainda outras, como diarreia, vômito, constipação, dor abdominal (estômago), dor de cabeça, fadiga, indigestão, tontura e distensão abdominal, segundo mostrou reportagem do portal R7.
O medicamento já está à venda no Brasil?
Ainda não. Após a aprovação da Anvisa, o medicamento precisa passar pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos para que o preço seja definido. A previsão é de que ele seja vendido no Brasil a partir do segundo semestre de 2023.
Nos EUA, ele é encontrado a 1.350 dólares (R$ 7.356 na cotação atual), valor pago mensalmente. Mas no Brasil, o valor não deve ser o mesmo, e pode chegar a custar R$ 2 mil. Para adquiri-lo, não será necessário apresentar receita médica nas farmácias.