21/06/2000 - 7:00
Quando, em 1961, quatro médicos da Escola Paulista de Medicina fundaram um pequeno laboratório em São Paulo, não podiam imaginar que o empreendimento se transformaria num dos negócios mais saudáveis na área de medicina no País. A rede de laboratórios de análises clínicas Delboni Auriemo ganhou maioridade e está expandindo suas atividades pelo mercado de medicina diagnóstica. Essa volúpia por mercado ganhou fôlego em agosto do ano passado graças ao desembarque de três novos sócios: o Patrimônio Private Equity e o Chase Capital Partners, além do grupo americano da área de análises clínicas Latin American Health Care. Um ousado plano de investimentos, com o desembolso de R$ 180 milhões, está sendo implantado para ampliar a rede e modernizar os serviços prestados. Depois de quase um ano de nova gestão, o presidente Caio Auriemo (dono de 51% de participação) festeja a conquista de uma posição confortável dentro do setor. Do total de pessoas atendidas pelos serviços privados de laboratório na maior cidade do País, 15% passam pelo Delboni Auriemo.
Nesta semana, o médico Auriemo e os sócios têm outro motivo para brindar. Uma megaunidade, que custou perto de R$ 18 milhões, abre suas portas na Zona Sul paulista para mais de duas mil pessoas por dia. O laboratório oferece novidades no atendimento. A tensão dos exames clínicos poderá ser dissipada com a descontração de um piano’s bar, a alegria dos Doutores do Riso (grupo de médicos que trabalham vestidos de palhaços) e até a recepção calorosa de funcionários de meia idade. Até junho de 2001, pelo menos R$ 70 milhões estão reservados para a abertura de oito novos laboratórios ? três megaunidades. ?Queremos espalhar laboratórios por toda São Paulo?, explica. ?Será como shopping, supermercado e até McDonald?s: as pessoas contarão com o Delboni Auriemo do lado de suas casas.? Em 1999, a empresa já havia destinado cerca de R$ 30 milhões a reformas de laboratórios e arrematado, por um valor que não divulga, as dez unidades da rede Lavoisier.
A animação com o futuro do Delboni Auriemo é motivada, na visão de Auriemo, especialmente pelo crescimento que a medicina privada vem apresentando desde o Plano Real. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), em 1999, mais de 41 milhões de pessoas foram atendidas por planos de assistência médica e seguros-saúde. Em 1994, apenas 20 milhões tinham acesso à assistência médica privada. E como isso reflete na empresa? Segundo o doutor Auriemo, é aguardada uma ampliação no número de pacientes atendidos em 1999 de 1,4 milhão para 2 milhões em 2000. E mais: a receita de R$ 110 milhões, no ano passado, deverá saltar para R$ 160 milhões, em 2000.