O Concurso Nacional Unificado, conhecido como Enem dos concursos, encerra o período de inscrição nesta sexta-feira, 9, às 23h59. O governo federal espera que tenha cerca de 2 milhões de participantes, o que seria um recorde de inscritos para qualquer concurso público nacional.

Concurso Nacional Unificado: entenda como serão as provas 

‘Enem dos concursos’: o que você precisa saber sobre o Concurso Público Nacional Unificado

O “Enem dos concursos” irá selecionar 6.640 vagas destinadas a 21 órgãos federais. Para os cargos de nível superior, a taxa de inscrição é de R$ 90. Já os cargos de ensino médio o valor é de R$ 60. O período de solicitação de isenção foi encerrado.

Para se inscrever, o candidato precisa ter uma conta gov.br, que pode ser feita por qualquer pessoa com CPF por meio do site gov.br ou pelo aplicativo. As inscrições deverão ser efetuadas no site: https://cpnu.cesgranrio.org.br/login.

A aplicação das provas será realizada em todos os estados e no Distrito Federal, apenas no dia 5 de maio, e o resultado está previsto para ser divulgado em 30 de julho. Os salários iniciais variam de cerca de R$ 4 mil a quase R$ 23 mil, e os futuros servidores serão convocados em agosto deste ano. Há perspectiva que esse modelo de concurso seja realizado a cada dois anos.

Divisão de blocos

No momento em que o candidato realizar a inscrição, ele deve optar por uma das oito áreas de atuação. Depois, deverá indicar o cargo ao qual deseja concorrer por ordem de preferência entre as vagas disponíveis no bloco escolhido.

Isso significa que os participantes vão concorrer a mais de um cargo dentro da área escolhida. A classificação, na prática, dependerá da exigência do diploma para a vaga, a depender da vaga. Caso deseje, o candidato terá até sábado, 10, para trocar de bloco.

Os blocos são:

  • Infraestrutura, Exatas e Engenharias (727 vagas);
  • Tecnologia, Dados e Informação (597 vagas);
  • Ambiental, Agrário e Biológicas (530 vagas);
  • Trabalho e Saúde do Servidor (971 vagas);
  • Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (1.016 vagas);
  • Setores Econômicos e Regulação (359 vagas);
  • Gestão Governamental e Administração Pública (1.748 vagas);
  • Nível Intermediário (692 vagas)

Como será a prova

Após os candidatos escolherem o bloco de conhecimento a que vai concorrer, é necessário que o candidato entenda como será estruturada a prova.

Para os candidatos de nível superior, o concurso terá até três fases, de acordo com o cargo escolhido. Porém todos os sete editais possuem características em comum. A primeira etapa da avaliação inclui a prova objetiva, que terá 70 questões de múltipla escolha, e a prova discursiva, que pode abordar questões de conhecimento geral ou específico.

Todos os blocos terão 20 questões de conhecimentos gerais, que incluem temas como políticas públicas, democracia e cidadania, Constituição Federal de 1988, Programa Nacional de Direitos Humanos, valores éticos do serviço público, diversidade e inclusão, administração e finanças públicas.

Já as 50 questões de conhecimentos específicos vão cobrar conteúdos de acordo com o editorial, porém cada uma das provas é dividida em cinco blocos temáticos de conteúdo, sendo um para cada edital, independentemente do cargo. Para cada especialidade, muda o peso de cada parte da avaliação.

Os avaliadores só irão corrigir a prova discursiva dos candidatos que atingirem pontuação mínima de 40% de acertos na avaliação objetiva, dentro do número de nove vezes o número de vagas para cada cargo. Por exemplo, a ocupação de analista técnico-administrativo para a AGU (Advocacia Geral da União) tem 90 vagas e poderá ter 810 provas discursivas corrigidas.

Como se preparar

O primeiro passo é o candidato escolher o bloco com o qual tem mais afinidade. Além disso, é fundamental estar atento a outros pontos antes de a ocupação a qual pretende concorrer, como as competências exigidas, por exemplo.

Essas atribuições estão descritas nos editais. Em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, do Canal Gov, a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Ester Dweck, explicou que o processo de aprendizado é contínuo a partir do momento em que o candidato aprovado é convocado para assumir a vaga.

“A gente está realmente querendo esse perfil de funcionário público que tenha bom conhecimento específico, mas que também, a partir do momento que entrar no serviço público, tenha capacidade de continuar aprendendo. Porque ninguém entra no serviço público sabendo tudo que vai precisar fazer, serviço público é uma escola”, completou.

Ester lembrou que muitos dos cargos disponíveis têm a etapa de formação como parte integrante do concurso.

“A partir do momento em que você entra, vai num processo contínuo de aprendizado, e a gente espera que seja capaz de continuar aprendendo ao longo da sua vida laboral. Esperamos que a pessoa que entre agora fique aí uns 20 30 anos no serviço público federal, então ela vai mudar de área, fazer outras coisas”, acrescentou.

Antes da aprovação, é necessário que o candidato estude as matérias de maior relevância para o cargo ao qual irá concorrer, sem abandonar os demais conteúdos, para ter a mínima noção dos outros temas e assim conseguir acertar o maior número de questões possíveis.

Além disso, o candidato precisa estar atento ao perfil da banca organizadora, a Cesgranrio, reconhecida por não ter histórico de vazamentos, escândalos e polêmicas. Por isso, há expectativa de que as questões das provas evitem temas sensíveis.

*Com informações da Agência Brasil