01/08/2025 - 18:43
O Insper pretende se tornar uma instituição mais aberta ao público nos próximos anos, com um quarto edifício que funcione como uma ‘ponte’ entre a escola e a área pública. Guilherme Martins, presidente do Insper, relata que a decisão veio com um propósito interno alinhado a uma concepção mais moderna para instituições de ensino, de integração com a sociedade.
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“Nosso projeto na Vila Olímpia é de ter um campus aberto ao público, que conecte os quatro prédios que nós vamos ter até o ano de 2030, para a criação de um ecossistema em que empresas, a comunidade Insper e a comunidade de São Paulo possam interagir em um grande ambiente de inovação e conhecimento”, conta.
A visão é de que, apesar de isso parecer contra intuitivo, a abertura do Insper ao público e o recuo das catracas deve tornar o espaço mais seguro, e não menos. A tese é de que um espaço mais ocupado é um espaço mais seguro.
“A ideia de um campus integrado e aberto é que você, ocupando a rua, torna a rua mais segura. A gente quer que a rua tenha atividade de dia, de noite, nos fins de semanas, atividades culturais, atividades ligadas ao campus, enfim, ter um campus bem vivo”, defende Martins.
Insper quer dobrar as bolsas, mas isso ainda é ambição e não meta
Atualmente cerca de 10% dos alunos da graduação – que são 4 mil – são bolsistas. Com isso, recebem não só a gratuidade no ensino, mas um auxílio de mais de um salário mínimo, moradia estudantil por um ano e outros benefícios.
Martins relata que a instituição quer dobrar esse número para 800, todavia ainda é mais uma ambição do que uma meta formal, como prazo.
Isso ocorre porque a bolsa não funciona como cota – então, quem é bolsista necessariamente passou pelo processo seletivo em ampla concorrência – e atende a uma única regra, a de renda de até 2 salários mínimos per capita.
No panorama atual, a relação de oferta e demanda dessa dinâmica ainda não favorece uma ampliação de bolsa.
“A gente acredita que pode ser o dobro disso com novos programas, com a melhoria das bolsas parciais que a gente deve fazer. E isso torna o programa melhor e mais inclusivo.”
O presidente da instituição ainda frisa que há predileção por uma melhora qualitativa nas áreas que já atende em detrimento de uma expansão, aumentando o leque de cursos.
Atualmente são oito cursos de graduação, três mestrados, dois doutorados e uma série cursos lato sensu e de educação executiva em três grandes áreas – administração e economia, engenharia e direito.
A gestão, em decisões deliberativas, tem preferido ‘focar na excelência’ dessas três áreas antes de abrir novas. A mudança mais recente do Insper nesse sentido foi receber a autorização do Ministério da Educação (MEC) para abrir seu curso de graduação em engenharia de produção, que iniciará o primeiro ano letivo em 2026.