A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o torna inelegível pelos próximos oito anos, no mínimo, trouxe um certo alívio para os institutos de pesquisa no País. Alvos da ala mais radical do bolsonarismo, empresas de estatísticas e sondagens de opinião tiveram sua idoneidade colocada em xeque quando anteciparam, em números, a derrota de Bolsonaro para Lula nas eleições. Mas para Felipe Nunes, CEO da Quaest Pesquisa e Consultoria, isso é página virada.

“Não é novidade que os perdedores tentem descredibilizar o trabalho dos institutos ao longo das eleições. Não é fácil para ninguém ver números ruins de pesquisa. Mas nós não temos nada com isso”, afirmou Nunes. “Somos guiados por transparência, ética e metodologias científicas comprovadas. É assim que seguiremos nosso trabalho. Aprendendo sempre, inovando sempre, com humildade e muito rigor.”

Nunes avalia que governos, eleitores e empresas precisarão cada vez mais estar atentos aos dados e às estatísticas para conseguirem se adaptar às rápidas mudanças da economia, em especial ao que acontece — para o bem ou para o mal — nas redes sociais. Para ele, assim como na década de 1950 o meio protagonista era o rádio, e na de 1990 foi a TV, agora o papel central está na internet.

“Os meios mudam, novas tecnologias aparecem, a tendência é que isso continue sendo assim. Para os próximos anos, acredito que o TikTok, o Twitch e o Discord ganhem ainda mais relevância, sobretudo por se tratar de redes que priorizam os vídeos e que atingem grandes públicos jovens.”

Grupo Move3 sobe às favelas

Enquanto muitas empresas de entregas fogem das comunidades das periferias, o Grupo Move3 quer fazer o caminho inverso. A empresa que atende bancos, planos de saúde e serviços diversos de courier, atingiu a marca de 10 milhões de entregas por mês depois de firmar parceria com a logitech Carteiro Amigo. Com ele, que recruta moradores das próprias favelas para executar o delivery, o índice de insucessos nas entregas caiu de 50% para 18%, em apenas 30 dias, segundo Guilherme Juliani, CEO do Grupo Move3. “A logística precisa de um beta contínuo nos muitos territórios sem CEP ou com CEP único do País”, disse Juliani.

R$ 100 milhões em 4 horas

Em apenas quatro horas, o Opportunity Imobiliário e a Balassiano Engenharia venderam impressionantes R$ 100 milhões do empreendimento Vista Ipanema, lançado na capital fluminense na semana passada. Os imóveis mais caros foram os primeiros a serem vendidos, segundo Jomar Monnerat, gestor do fundo.

O residencial tem 35 unidades, até seis vagas de garagem e curadoria artística assinada pela arquiteta e urbanista Bruna Bailune e pela curadora, historiadora e crítica de arte Paola Fabres. Já a decoração de interiores é da Fernanda Marques Arquitetura.

“Em nossas pesquisas identificamos interessados do próprio Rio, de estados como Minas Gerais e Goiás, além de clientes de fora do País”, disse Monnerat.

O Opportunity Imobiliário já lançou este ano três empreendimentos: Zenture (Botafogo), Toriba SO (empreendimento Aretê em Búzios) e o Vista Ipanema, que totalizam um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 450 milhões.

A expectativa é chegar a R$ 1 bilhão de VGV até dezembro com lançamentos na Zona Sul e um retrofit de hotel no Centro que será comercializado pronto para morar.

Startup na contramão

A crise das startups parece passar longe da ProUser Apps, edtech brasileira focada em aplicativos educacionais. A startup cresceu 351% em faturamento se comparado o primeiro trimestre de 2023 com o mesmo período do ano anterior. A empresa também dobrou o número de funcionários neste mesmo período. Com faturamento de r$ 60 milhões, o plano é iniciar operações na colômbia, na espanha e em portugal.

A revolução da geração z

Chamados de nativos digitais ou Geração Z, os jovens nascidos entre 1995 e 2010 vão revolucionar a economia e, em especial, o segmento de logística, na opinião de Marcella Cunha, presidente da Associação Brasileira dos Operadores Logísticos (Abol). Isso porque ela enxerga como maior desafio o recrutamento de talentos.

“Antes, as empresas de logística escolhiam os candidatos. Agora, são os candidatos que estão escolhendo a empresa.”
Marcella Cunha, presidente da Abol

O cenário se torna preocupante diante de um cenário de forte crescimento das empresas de entregas, puxadas pelo e-commerce.

Por isso, para ela, é essencial que as empresas desenvolvam o employer branding — ou gestão da marca empregadora.

“Trata-se basicamente do marketing a serviço de recursos humanos”, afirmou. “Isso significa, sobretudo, contar boas histórias relacionadas à empresa, desde que verdadeiras e baseadas na escuta ativa dentro da organização.”

“Menos imposto vai aumentar a segurança alimentar. Um quarto do que vai aos pratos é engolido pelos impostos.”
João Dornellas presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA)