A empresa norte-americana International Paper América Latina divulgou nesta terça-feira (8/02), em São Paulo, que as vendas líquidas das três fábricas instaladas no Brasil chegaram a US$ 1,090 bilhão em 2010, expansão de 13,5% em relação ao ano anterior. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 7% na venda de papel, que totalizou 976 mil toneladas. A companhia encerrou o ano com exportações de 564 mil toneladas de papel, expansão de 14,2% em relação a 2009. Segundo Nilson Cardoso, diretor comercial da divisão, a expansão indica que “a crise passou e era apenas conjuntural”.

A companhia tem investido bastante no Brasil nos últimos anos. A terceira e mais moderna fábrica da empresa no país foi construída em 2009, na cidade de Três Lagoas,no estado do Mato Grosso do Sul. Com apenas uma máquina, a unidade produz metade do que é fabricado com quatro delas em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. A empresa deseja tornar Três Lagoas sua fábrica modelo, com maior eficiência e capacidade de produção. A fábrica tem estrutura para receber mais três máquinas.
 
Em 2010, a organização divulgou a existência de três projetos, que não saíram do papel: a construção de uma segunda linha de papel na fábrica de Três Lagoas; o investimento em uma caldeira de biomassa, para reduzir os custos com energia da fábrica em Mogi Guaçu; e a entrada no mercado de embalagens brasileiro. A compra da nova caldeira para Mogi Guaçu aguarda uma autorização da matriz, que, por sua vez, espera a regulamentação do Maximum Achievable Control Technology (MACT, na sigla em inglês), pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês). Trata-se de um projeto do governo Obama que deve determinar limites de emissão de poluentes por caldeiras, entre outras máquinas.

Ingresso em novo segmento
 
Jean-Michel Ribieras, presidente da International Paper para América Latina, confirma que a entrada no setor de embalagens é um plano real. Porém, diz aguardar uma boa oportunidade de aquisição ou construção, que pode ocorrer por meio de parceria. Segundo ele, o único projeto que já tem prazo de execução é a expansão em Três Lagoas. ?Podemos pensar que em 2014 ou 2015 haverá uma boa oportunidade para uma nova máquina de papel?, afirmou Ribieras.
 
Em quatro anos, a International Paper planeja atuar em toda a América Latina. O projeto de expansão deve coincidir com a presença total neste mercado. ?Isso, sim, justificaria um investimento. Não queremos produzir apenas volume, mas expandir os lucros?, afirma o presidente. No balanço de 2010, os países  da América Latina foram o destino de 56% das exportações das fábricas da companhia instaladas no Brasil. A terceira unidade fabril está instalada no município de Luiz Antônio, também no estado de São Paulo.

De acordo com Ribieras, para aproveitar o contrato de parceria que a International Paper possui com a Fibria, empresa que resultou da fusão da Aracruz com a Votorantim Celulose e Papel, a construção de uma segunda máquina na cidade de Três Lagoas deve ser iniciada até janeiro de 2013. Ao contrário das fábricas paulistas, a instalação no estado do Mato Grosso do Sul não produz celulose e compra 100% da matéria-prima da Fibria.