03/11/2004 - 8:00
“Senhores passageiros, a partir de agora queiram desligar todos os seus aparelhos eletrônicos.? Nos vôos da Lufthansa a mensagem tornou-se parcialmente inútil. Numa pequena revolução, a empresa alemã já oferece aos passageiros de todas as classes acesso à internet durante os vôos. É o FlyNet. Por meio de notebooks particulares ou terminais já instalados nas aeronaves é possível navegar na rede, por meio de banda larga, a US$ 30 em travessias de longa duração. Há uma outra modalidade de cobrança: US$ 10 para os trinta minutos iniciais e US$ 0,25 para cada minuto suplementar. A Lufthansa foi a pioneira na idéia. Outras virão. A JAL, SAS, Singapore Airlines e Korean Air também preparam-se para plugar os viajantes no ar. A 36 mil metros de altitude, a meio caminho entre Munique e Los Angeles, o executivo inglês John Forster disparou e-mails para um colega em Montreal, visitou sites ao léu e consultou ações na bolsa de valores. ?Até o início da operação do FlyNet eram 12 horas perdidas, sem contato com o mercado?, diz.
Por enquanto, apenas os vôos no hemisfério norte têm o serviço. Estão equipados seis Airbus A340-300 e 10 Airbus A340-600. Estima-se que até 2006 todas as 80 aeronaves da Lufthansa tenham o FlyNet. Não foi possível introduzir a novidade em todos os modelos porque é uma operação tecnológica complicada. Ela vinha sendo estudada há mais de uma década, de modo a não interferir nas operações da cabine de comando, até que o 11 de setembro interrompeu os trabalhos. O segredo: a instalação de uma antena num compartimento inferior do avião com conexão a satélites orbitando a 36 mil metros de altitude. ?Estamos ainda na infância do FlyNet, por isso não celebramos com muito barulho?, diz Thomas Ellerbeck, porta-voz da Lufthansa. ?Mas é fundamental que os passageiros saibam que já podem estar conectados.? É um imenso passo, capaz de tornar as viagens intercontinentais mais produtivas e agradáveis.