(Reuters) – O interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, disse nesta segunda-feira que existem indícios de que profissionais com conhecimento do terreno e de técnicas de combate participaram dos ataques cometidos por vândalos às sedes dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.

Segundo Cappelli, ele coletou depoimento de policiais que ficaram feridos no confronto que lhe disseram que alguns dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que participaram dos ataques não se comportavam como simples manifestantes exaltados.

“Há indícios, e a investigação está apurando, de que as pessoas que invadiram a Câmara e o Palácio do Planalto conheciam o local, conheciam a planta”, disse Cappelli em entrevista coletiva ao lado da governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

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“O que eu tenho é o depoimento de policias feridos no campo… Ele (um dos policiais) falou: ‘secretário, nós enfrentamos profissionais no campo’. Isso é grave e nós vamos investigar”, assegurou.

Na mesma coletiva, Lira disse que vai tratar com Cappelli e com a governadora em exercício de um esquema de segurança reforçado para a posse dos parlamentares, no dia 1º de fevereiro, quando também serão eleitas as Mesa Diretoras da Câmara, do Senado e do Congresso, assim como será aberto o ano do Judiciário.

“Nós estaremos tratando do início do ano Judiciário, da posse dos parlamentares, eleição das Mesas do Congresso Nacional, e aí nós precisamos ter a clareza que muitas pessoas vão se deslocar de todos os lugares do Brasil para Brasília. É importante que todos nós estejamos atentos, com um plano de segurança preventivo bastante rígido”, disse.

“Nosso pedido é que todos tenham segurança e um dia de bastante tranquilidade, porque será um dia bastante emblemático”, afirmou.

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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