A invasão americana do Afeganistão em 2001 foi uma “péssima ideia” desde o início – declarou Mikhail Gorbachev, o último presidente da então União Soviética (URSS), que pôr fim em 1989 à desastrosa campanha militar soviética no Afeganistão.

“Foi uma péssima ideia desde o início, embora a Rússia tenha apoiado no início”, disse Gorbachev à agência de notícias russa Ria Novosti, acrescentando que “seu fracasso deveria ter sido admitido muito antes”.

“Agora é importante tirar lições da situação para não repetir esses erros”, ensinou Gorbachev.

Após a retirada das tropas americanas do Afeganistão, depois de passarem 20 anos no território, os talibãs completaram no domingo (15) sua conquista do país, entrando na capital Cabul, sem enfrentar a menor resistência.

Os Estados Unidos invadiram o Afeganistão em 2001, onde os talibãs haviam oferecido refúgio para o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, na esteira dos atentados do 11 de Setembro.

A URSS também esteve por uma década envolvida em conflitos no Afeganistão, que começaram com a invasão soviética em 1979.

Quando chegou ao poder na primavera (boreal) de 1985, Gorbachev encontrou um país economicamente arruinado, atolado no Afeganistão e incapaz de continuar a corrida armamentista.

Foi assim que concebeu sua política da Perestroika (“Reconstrução”, em russo), para reorganizar o sistema soviético e, em 1989, decidiu retirar o Exército Vermelho do Afeganistão.

Após esta partida, seguiram-se anos de guerra civil que resultaram na tomada do poder por parte dos talibãs – alguns deles, “herdeiros” dos mujahedines, que lutaram contra a ocupação soviética.