7A Invepar, controladora do GRU Airport, concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos, e da Linha Amarela (Lamsa), no Rio de Janeiro, chegou a um acordo com credores para ampliar o prazo da proteção judicial obtida pela companhia. Com isso, a empresa consegue, ao menos por enquanto, evitar uma recuperação judicial. O prazo aprovado para o “standstill” (suspensão do pagamento de dívidas) é de 15 dias, prorrogáveis por mais 15. As dívidas em renegociação somam R$ 1,5 bilhão.

A proteção contra credores (cautelar) obtida pela companhia em antecipação a um eventual pedido de recuperação judicial expiraria na meia-noite desta terça-feira, 17. A ampliação foi formalizada na Justiça anteontem. Uma assembleia geral extraordinária de acionistas, que seria realizada para deliberar sobre o pedido de recuperação, havia sido suspensa na última quinta-feira, 12, e remarcada para esta segunda, 16. No entanto, o encontro foi novamente adiado para o dia 2 de julho.

Em nota, a Invepar afirmou que o fechamento do acordo permite a construção de uma saída negociada entre as partes. Isso porque ficam suspensos os pagamentos de dívidas da companhia no prazo acordado (“standstill”). O acordo ainda passa pela Justiça, mas, como há entendimento entre as partes, a expectativa é de aprovação.

“A Invepar e suas controladas mantêm seus compromissos públicos de seguirem alinhadas às práticas de mercado e manifesta a certeza de que chegará a bom termo nas negociações com seus credores”, afirmou a companhia.

Negociações

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a Invepar pediu mais tempo para avançar nas negociações com o Mubadala Capital, fundo soberano de Abu Dhabi e credor de metade dos R$ 650 milhões em debêntures emitidas pela empresa. O Mubadala, por sua vez, solicitou o vencimento antecipado da dívida. A outra metade dos títulos está nas mãos dos fundos de previdência Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa), que, por serem acionistas da Invepar, estão impedidos de votar em deliberações relacionadas às debêntures.

O vencimento antecipado foi pedido em razão do descumprimento de obrigações previstas no contrato por dois meses, da ordem de R$ 30 milhões, envolvendo o repasse de dividendos da Lamsa e de parte dos recursos levantados com a venda da participação de 4,73% no VLT Carioca para a Motiva (ex-CCR), concluída em março deste ano.

Às vésperas da assembleia que decidiria os próximos passos da empresa, a Invepar confirmou, na última sexta-feira, que chegou a um acordo com a prefeitura do Rio de Janeiro para manter a vigência da concessão da Lamsa até o fim do prazo contratual estabelecido no 11.º Termo Aditivo, ou seja, em 2037. A informação foi antecipada pelo Estadão/Broadcast. O entendimento encerra um imbróglio que remonta a meados da década passada, com as duas partes se comprometendo a encerrar todas as ações judiciais abertas desde então.
Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.