15/03/2022 - 8:59
LONDRES (Reuters) – Os investidores estão mais preocupados com as perspectivas de crescimento global do que em qualquer outro momento desde a crise financeira de 2008, e aumentaram suas reservas de dinheiro vivo para o maior patamar em dois anos, de acordo com uma pesquisa mensal do BofA com gestores de fundos.
A maioria dos investidores consultados entre 4 e 10 de março –que administram, juntos, cerca de 1 trilhão de dólares em ativos– agora espera um mercado baixista no mercado de ações em 2022, ou seja, queda de 20% ou mais dos ativos ante seus picos recordes.
A pesquisa também mostrou queda das alocações em ações globais para seus níveis mais baixos desde maio de 2020.
+ Preços ao produtor nos EUA sobem em fevereiro
Os níveis de dinheiro em espécie entre os investidores subiram para quase 6% de suas carteiras, enquanto as alocações em commodities subiram para um recorde de 33%. A exposição líquida dos hedge funds aos mercados de ações está em seu nível mais baixo desde abril de 2020, de acordo com a pesquisa.
As posições mais buscadas são as compradas em petróleo/commodities, disse o banco de investimento norte-americano na nota, com posições compradas em ações de tecnologia e governança ambiental, social e corporativa (ESG) ficando em segundo e terceiro lugares, respectivamente. Quase metade dos investidores consultados espera que o petróleo produza os melhores retornos em 2022.
A edição europeia da pesquisa mensal com gestores de fundos forneceu uma leitura sombria, com os investidores reduzindo suas perspectivas de crescimento para a Europa em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Um total de 69% dos entrevistados espera que a economia europeia enfraqueça no próximo ano, a maior proporção desde 2011. A diferença de 81 pontos percentuais em relação aos 12% de fevereiro que ainda esperavam ver crescimento marca a maior queda mensal desde que os registros do BoFA começaram, em 1994.
Os investidores também aumentaram ligeiramente suas expectativas para o número de aumentos de juros pelo Federal Reserve em 2022, mesmo depois que as condições de liquidez pioraram consideravelmente para o nível mais baixo desde que a pandemia de coronavírus atingiu os mercados financeiros, em março e abril de 2020.
(Por Saikat Chatterjee)