Os investidores estrangeiros retiraram R$ 24,2 bilhões da bolsa brasileira em 2024. Esta é a maior saída líquida de recursos desde 2016, conforme dados da B3 compilados pela consultoria Elos Ayta. Veja gráfico abaixo:

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Investidores estrangeiros retiram R$ 24,2 bilhões da B3 (Crédito:Divulgação/Elos Ayta Consultoria)

O levantamento mostra que, desde 2016, os estrangeiros saíram da B3 somente em três ocasiões: 2018, 2019 e 2024. Em contraste, o ano de 2022 marcou o melhor desempenho, com uma entrada líquida de R$ 119,79 bilhões. Entre 2021 e 2023, a B3 atraiu R$ 217,2 bilhões em aportes estrangeiros, ressaltando o papel crucial desse capital para o mercado acionário brasileiro.

Por volta de 11h10, o Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro, recuava 0,61%, a 119.396,06 pontos, caminhando para a quarta queda semanal seguida. Veja cotações.

A importância dos investidores estrangeiros na B3

O capital estrangeiro representa uma fonte significativa de liquidez e contribuindo para a valorização das ações. Historicamente, os investidores estrangeiros respondem por cerca de 50% do volume negociado na bolsa brasileira.

“A saída de recursos em 2024 evidencia desafios estruturais e conjunturais, como a percepção de risco associado ao ambiente político e econômico no Brasil, além de movimentos globais de aversão ao risco”, diz Einar Rivero, CEO da Elos Ayta.

O fluxo de recursos estrangeiros é também uma espécie de termômetro da atratividade do mercado brasileiro. Momentos de maior entrada de capital costumam ser associados à recuperação econômica, à estabilidade política e à confiança no ambiente regulatório. Por outro lado, as saídas recordes, como as de 2024, podem refletir um cenário de incertezas que afetam a percepção de investidores externos.

“Os números de 2024 reforçam a necessidade de políticas públicas e privadas que tornem o mercado financeiro brasileiro mais resiliente e atrativo para o capital estrangeiro. A B3, como principal bolsa de valores do país, é um termômetro da saúde econômica e política do Brasil. Atrair e reter investidores estrangeiros exige um compromisso contínuo com a previsibilidade, a transparência e a competitividade”, acrescenta Rivero.