O número de investidores no Tesouro Direto cresceu 15,1% nos últimos 12 meses, apontam dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional. No fechamento do mês de maio, 3.013.961 pessoas contavam com valores aplicados no programa.

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O Tesouro Direto é o programa que permite aos investidores aplicarem seu dinheiro em títulos da dívida pública. Sua atratividade crescente está diretamente relacionada a taxa básica de juros, a Selic, que subiu para o seu maior patamar desde 2006 no último ajuste promovido pelo Banco Central (BC).

“Com a taxa Selic elevada a 15%, conforme a recente decisão do Copom que surpreendeu parte do mercado, o cenário para os investimentos em renda fixa, especialmente via Tesouro Direto, continua a ser bastante favorável”, afirma o coordenador de produtos da InvestSmart XP, Rafael Bellas.

Quais os títulos preferidos dos investidores

Em maio, os títulos com rendimento atrelado à Selic foram justamente os mais procurados, com R$ 3,6 bilhões de aportes (53,0% do total das vendas). Em seguida, aparecem os títulos indexados à inflação, com R$ 2,4 bilhões (35,2% do total). Por fim, os prefixados totalizaram R$ 0,8 bilhões (11,8% do total).

Cerca de 56,6% das operações de investimento no mês foram de até R$ 1 mil. Já o valor médio por operação foi de R$ 8.324,32.

Já quando falamos do estoque, ou seja, o valor total investido, os títulos preferidos são os atrelados à inflação, que concentram atualmente R$ 91,0 bilhões, ou 51,7% do total. Na sequência, aparecem os indexados à taxa Selic, com R$ 62,9 bilhões (35,7%). Finalmente, os títulos prefixados, com R$ 22,2 bilhões (12,6%).

“A preferência no geral dos investidores é pelos títulos que garantem a preservação do poder de compra, independentemente do que o cenário econômico trouxer à frente”, afirma o head de renda variável da Faz Capital, Filipe Arend.

No entanto, o especialista afirma que uma preferência pelos títulos Selic deve seguir nos próximos meses, já que o atual patamar da Selic torna os papéis especialmente atrativos.

No total, o programa Tesouro Direto conta com um estoque de R$ 176,1 bilhões, um aumento de 3,1% em relação a abril (R$ 170,9 bilhões) e de 26,1% sobre maio de 2024 (R$ 139,6 bilhões).

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Como funciona o Tesouro Direto

É possível aplicar em títulos do Tesouro através de bancos ou corretoras de investimentos. Ao comprar um dos papéis, o investidor está fazendo uma espécie de empréstimo ao Tesouro Nacional, que pagará uma remuneração diferente de acordo com cada ativo.

Os títulos públicos podem ser agrupados em três tipos:

  • Indexados à Selic: inclui apenas o Tesouro Selic, que remunera a taxa básica de juros acrescida de um pequeno prêmio. Possui liquidez diária, ou seja, pode ser resgatado a qualquer momento sem perda dos valores investidos.
  • Indexados à inflação: remuneram a variação no período da inflação oficial do país, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acrescido de uma rentabilidade extra. Possui liquidez apenas no vencimento, ou seja, resgates antecipados acarretarão em perda do rendimento.
    Abrange os títulos Tesouro IPCA+, Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (que permite resgatar o rendimento a cada seis meses), Tesouro RendA+ (com prazos mais longos, criado para ajudar na aposentadoria) e Tesouro Educa+ (também com prazos maiores, pensado para investir nos estudos nos filhos).
  • Prefixados: remunera uma taxa fixa, informada no momento do investimento. Também possui liquidez apenas no vencimento. Há a opção do prefixado tradicional e do prefixado com juros semestrais, para quem deseja receber rendimentos periódicos.