Os investidores ativos do Tesouro Direto chegaram a 3.013.921 em dezembro de 2024. Com um crescimento de 237.585 no mês, é a primeira vez que a quantia supera a marca de 3 milhões. O número de investidores cadastrados também cresceu e foi recorde, atingindo a marca de 31 milhões.

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Investidores ativos são aqueles com saldo no Tesouro Direto, ou seja, que possuem dinheiro investido. Já os cadastrados podem ter sido incluídos no programa por bancos ou corretoras, sem possuir valores de fato aplicados.

O número de investidores ativos do Tesouro Direto está em crescimento contínuo, conforme mostra o gráfico a seguir:

Investidores ativos e cadastrados no Tesouro Direto (2014 – 2024) (Crédito:Reprodução/Tesouro Nacional)

A quantidade de investidores ativos em dezembro representa assim um crescimento de 21,6% em 12 meses. O número de cadastrados avançou 15,3%.

O Tesouro Direto é uma modalidade de investimento em que o dinheiro é entregue ao Tesouro Nacional por um determinado período, em troca de um retorno financeiro combinado no momento da aplicação. Há modalidades com rentabilidade atrelada à taxa Selic, ao IPCA ou com juros prefixados. Também são ofertados diferentes prazos. É considerado um dos investimentos mais seguros disponíveis, por contar com a segurança do Tesouro nacional.

Operações também bateram recordes

Segundo os dados disponibilizados pelo próprio programa, as operações de investimento em títulos do Tesouro Direto também bateram recorde em dezembro. Foram investidos R$ 8,55 bilhões, maior valor da série histórica. Saques também foram recordistas, com resgates foram de R$ 3,80 bilhões.

Uma das explicações para o contínuo crescimento dos números do Tesouro está no avanço da bancarização do Brasil. “Esse processo que a gente vem vivenciando aqui no Brasil aproxima as pessoas dos serviços financeiros tradicionais, que inclui o investimento”, sintetiza o analista da Hike Capital Tesouro, Ângelo Belitardo. “Quando os adultos passam a utilizar os serviços financeiros, a renda fixa pública é a primeira classe de investimento com que ganham proximidade.”

“Renda fixa” é a categoria de aplicações com rentabilidade combinada no momento da aplicação, e por isso mais seguros do que produtos de “renda variável”, como ações.

A renda fixa também se beneficia do atual cenário macroeconômico. “Em períodos de taxa Selic estável ou ascendente, os títulos públicos tornam-se opções mais atraentes, oferecendo retornos seguros e previsíveis”, explica o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima. A última edição do Boletim Focus aponta que a taxa básica de juros brasileira, a Selic, pode encerrar o ano em 15%.

A alta atual dos preços também torna títulos do Tesouro mais atrativos. Os títulos com maior demanda em dezembro foram justamente os atrelados à inflação, com vendas de R$ 3,44 bilhões (40,2% do total). Em seguida, aparecem os vinculados à Selic (R$ 3,2 bilhões ou 37,7% das vendas) e, por fim, os prefixados (R$ 1,9 bilhão ou 22,1% do total).