27/07/2016 - 14:58
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse nesta quarta-feira, 27, que a empresa deve concluir em agosto as investigações a respeito dos desvios e fraudes relacionados à Operação Lava Jato. Os trabalhos são conduzidos por uma comissão independente da própria companhia e pelo escritório de advocacia Hogan Lovells. “É um trabalho muito abrangente e minha expectativa é concluir até agosto esses trabalhos”, afirmou.
Ferreira Jr. disse que a expectativa da empresa é fazer a defesa e evitar que a companhia sofra deslistagem na Bolsa de Nova York até 11 de outubro. “A partir de 13 de outubro, queremos ter condições de operar nossas ações novamente”, afirmou.
Além da questão de deslistagem, Ferreira Jr. disse que a empresa vai enfrentar o problema da alavancagem. Na avaliação dele, a companhia precisa focar na eficiência para reforçar o fluxo de caixa. “Essa é uma situação que obviamente preocupa”, afirmou. “Temos que oferecer rentabilidade para o acionista.”
Privatização das distribuidoras
Ferreira Jr. disse ainda que a venda das seis distribuidoras da companhia deve começar apenas no segundo trimestre do ano que vem. Ele ressaltou que o prazo dado pela companhia para privatizar essas empresas se encerra apenas em dezembro de 2017. “Não existe nada definido com cronograma, e acredito que esse seja processo relativamente complexo”, afirmou.
Na semana passada, a estatal decidiu não renovar as concessões que detém na distribuição nos Estados do Piauí, Alagoas, Acre, Rondônia, Amazonas e na cidade de Boa Vista (Roraima). Juntas, elas deram um prejuízo de R$ 5 bilhões no ano passado.
Para o executivo, a partir do momento em que as distribuidoras passarem a receber recursos dos fundos setoriais e das tarifas para arcar com seus compromissos, as condições de venda dessas empresas deve melhorar.
Atualmente, consultorias avaliam que essas companhias não têm valor de mercado. A Eletrobras, no entanto, deve encomendar uma nova avaliação sobre o valor dessas empresas. Se fossem vendidas imediatamente, elas teriam apenas valor simbólico, reconheceu o executivo.
“As maiores dificuldades das distribuidoras sempre foram financeiras. Com a garantia de recursos para operá-las com equilíbrio econômico-financeiro, elas vão continuar a avançar e não tenho dúvida de que elas vão melhorar”, afirmou. De acordo com Ferreira Jr., a privatização dessas empresas será benéfica para o consumidor. “Os agentes privados têm melhores condições de fazer essa operação.”
Segundo Ferreira Jr., as distribuidoras não passarão por um tarifaço por meio de reajuste extraordinário. Ainda de acordo com o executivo, os recursos dos fundos setoriais que elas vão receber serão aplicados de forma “absolutamente prudente”. “As empresas terão reajustes ordinários. Só isso já colocará as empresas em um patamar de geração de caixa diferente.”