09/04/2018 - 19:40
O procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, disse na tarde desta segunda-feira, 9, após uma reunião de cúpula da segurança, que as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, “caminham de forma positiva”. Os dois foram mortos no dia 14 de março e, até agora, ninguém foi responsabilizado pelo crime.
Além do procurador-geral, participaram da reunião o secretário de segurança, general Richard Nunes; o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa; o superintendente da Polícia Federal no Rio, Ricardo Andrade Saadi; o promotor responsável pelo caso, Homero das Neves Freitas Filho; e o delegado que preside as investigações, Giniton Lages. Eles ficaram reunidos durante cerca de uma hora. Somente Gussem falou com a imprensa ao fim da reunião.
“Fizemos uma reunião de trabalho para alinhar algumas questões ligadas à investigação do caso Marielle/Anderson”, disse o procurador-geral, lembrando que o caso continua sob sigilo. “Foi uma reunião muito positiva, acredito que as investigações caminham de forma positiva.”
Perguntado se alguma novidade no caso poderia ser esperada a curto prazo, Gussem afirmou: “Tem toda uma dinâmica do caso a ser montada. As autoridades responsáveis estão conduzindo tudo com o cuidado necessário, obviamente o tempo das autoridades da área jurídica e do delegado é diferente da expectativa da imprensa porque é um caso que requer muito cuidado, muita atenção”. E acrescentou: “Mas, sem dúvida alguma, acreditamos na linha de investigação que está sendo seguida”.
Gussem disse ainda que o objetivo da reunião não era fazer nenhuma cobrança. “De jeito nenhum”, garantiu. “A reunião estreita o diálogo entre o Ministério Público e a estrutura de segurança do Estado. Mantemos um diálogo permanente, um contato permanente, não só sobre esse caso, mas também de muitos outros.”
Coincidência
O procurador-geral garantiu que foi uma “coincidência” o fato de a reunião de cúpula da segurança ter acontecido um dia depois do assassinato de Carlos Alexandre Pereira Maria, de 37 anos, líder comunitário e colaborador do gabinete do vereador Marcello Siciliano (PHS), ouvido na última sexta-feira como testemunha no caso Marielle.
“Isso foi uma mera coincidência, a reunião já estava ajustada há três dias, desde sexta-feira”, declarou.
Gussem afirmou também que a operação policial que prendeu cerca de 150 milicianos na madrugada do sábado, 7, em Santa Cruz, na zona oeste, tampouco está relacionada ao caso do assassinato da vereadora.
“O cerco às milícias é uma tendência que vem ganhando corpo cada vez mais, e as autoridades locais vão fazer o enfrentamento com toda habilidade e coragem”, disse.