30/05/2022 - 19:53
Os bancos brasileiros continuam avançando a passos largos em tecnologia e devem gastar só neste ano cerca de R$ 35,5 bilhões com a área. O valor é 18% superior ao que foi gasto em 2021, quando chegou a R$ 30,1 bilhões, como mostra um levantamento feito pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) em parceria com a consultoria Deloitte. No último ano, os investimentos já tinham avançado 27%, conforme os dados da pesquisa feita junto às instituições participantes.
E os softwares continuam no centro das atenções bancárias, respondendo por 58% do total gasto pelas instituições. Assim como nos anos anteriores, o orçamento direcionado para programas somaram R$ 17,4 bilhões, valor 29% maior que no ano anterior. De acordo com a “Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2022”, boa parte desses recursos estão relacionados aos sistemas de atendimento ao consumidor (CRM), adaptações ao Open Finance, além de analytics e big data.
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O orçamento com hardware ficou com 27% do total e o de Telecom, com 8%. Nesta edição, a pesquisa passou a incorporar uma nova categoria chamada “Serviços de Tecnologia da Informação”. O objetivo é determinar quanto dos recursos foram destinados aos prestadores de serviços para implementação e monitoramento de resultados. Essa categoria manteve em 2021 a mesma participação no orçamento total de tecnologia dos bancos, em relação ao ano anterior, de 7%.
Em pessoas, o que os bancos chamam de talentos, os investimentos continuam fortes. Só em treinamento foram gastos no ano passado R$ 5,7 milhões, especialmente voltados para segurança cibernética, considerados prioridade. O valor é 138% maior se comparado com 2020. Foram treinadas 93,6 mil pessoas em cibersegurança em 2021, ante 28,6 mil em 2020, o equivalente a 227% a mais.
Segundo a entidade, os dados indicam o esforço da indústria bancária no desenvolvimento de novos serviços para expansão dos canais de atendimento, além do trabalho para implementação da abertura do sistema financeiro. “Trabalhamos muito diante da crescente digitalização do consumidor e para a modernização do legado tecnológico dos bancos”, afirmou o diretor do Comitê de Inovação e Tecnologia da Febraban, Rodrigo Mulinari.