O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, comparou nesta quarta-feira, 13, a estimativa do governo de investimento em 2017 com o gasto em Previdência no mesmo período. Segundo Dyogo, o investimento total do governo em 2017 deve ser de R$ 25 bilhões, enquanto o gasto com o Regime Geral da Previdência aumentou R$ 40 bilhões ante 2016 e a despesa total com aposentadoria e pensão subiu R$ 140 bilhões.

Por isso, reforçou o ministro, a reforma da Previdência é a principal das mudanças propostas do governo.

O ministro fez estas afirmações durante discurso no Fórum Estadão, que discute nesta edição a infraestrutura no Brasil.

Durante sua fala, o ministro voltou a fazer apelos pela aprovação da reforma. “É preciso o engajamento de todos nessa causa. Ou encaramos a realidade ou acreditamos em mágica. A opção é encarar o problema e entregar o País em uma rota de crescimento”, argumentou.

Recursos insuficientes

O ministro do Planejamento afirmou que os recursos da União não são suficientes para atacar todo o déficit que o País tem na área de infraestrutura. Por isso, disse que a estratégia do governo é estimular o investimento privado. Ele citou, por exemplo, o Programa de Parcerias de Investimento (PPI), que, segundo ele, já trouxe R$ 30 bilhões em outorgas.

As concessões realizadas até o momento, completou Dyogo, representam R$ 69 bilhões de investimento em infraestrutura ou mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). O ministro acrescentou que os 89 projetos em carteira significam R$ 103 bilhões em investimento.

Investimento externo

Sob a ótica do investimento externo, Dyogo afirmou que o País recebeu US$ 82 bilhões de investimento nos últimos 12 meses. “Grandes empresas estão atuando e ganhando vários projetos. Grandes operadores estão vindo para cá, porque sabem que é a melhor aposta. Continuaremos a ter um fluxo grande de capital em infraestrutura”, sustentou.

TLP

Dyogo ainda disse que a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) foi uma das ações para estimular a participação do capital privado no investimento em infraestrutura. Além disso, com a queda de juros, Dyogo estimou que os fundos de equity e de pensão devem procurar projetos em infraestrutura para investir. “O BNDES vai continuar investindo em infraestrutura, mas mais como promotor do que como financiador exclusivo”, completou.

O ministro ainda comentou que os Estados têm avançado nos projetos de concessão e que o governo também tem auxiliado os municípios para que possam aumentar o espaço da participação privada em investimentos em infraestrutura.