15/04/2021 - 16:49
A indústria de Private Equity e Venture Capital aumentou em 87% seus investimentos nos primeiros três meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, com volume de R$ 10,7 bilhões. Este é o maior montante trimestral desde o ano passado, quando a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e a KPMG deram início a uma série histórica trimestral desses investimentos.
O levantamento chama atenção ao fato de os investimentos em Venture Capital (VC) terem superado em mais de quatro vezes o volume registrado em empresas por fundos de Private Equity (PE). No primeiro trimestre, os investimentos da indústria de VC totalizaram R$ 8,8 bilhões em transações, ante R$ 1,9 bilhão do segmento de PE. Movimento semelhante foi registrado em 2020, quando os investimentos anuais em VC ultrapassaram o volume aportado em PE pela primeira vez na história.
“A disrupção tecnológica e a multiplicação de empreendedores brasileiros de nível mundial criam as condições para que a indústria de VC viva um excelente momento no país”, diz Piero Minardi, presidente da ABVCAP. “O crescimento de empresas como as fintechs tem pouca correlação com a o PIB, enquanto o PE oscila mais em função do ambiente econômico, que tem sido bastante desafiador”, acrescentou Minardi.
Mesmo assim, ele ressalta que a indústria de PE tem capital disponível para acelerar a retomada econômica.
De 70 empresas que receberam investimentos e divulgaram os valores das transações entre janeiro e março, 63 receberam investimentos de VC. O número absoluto é maior se forem consideradas as que ainda não divulgaram os valores transacionados.
O sócio-líder de Private Equity e Venture Capital da KPMG no Brasil, Roberto Haddad, comentou que os tickets médios dos investimentos na modalidade venture capital continuaram subindo neste trimestre, consolidando a tendência observada nos períodos anteriores. “É impressionante o apetite dos investidores estrangeiros pelas startups e empreendedores brasileiros, mesmo no atual ambiente desafiador. Além disso, temos acompanhado um volume expressivo de saídas, o que consolida ainda mais o ecossistema brasileiro de PE&VC”, afirma Haddad.
Conforme o estudo, o investimento médio por empresas foi de R$ 140 milhões no segmento de VC e de R$ 277 milhões em PE. Na comparação com o 1º trimestre de 2020, o ticket médio por empresa investida na modalidade de VC subiu 140%. Já o total de desinvestimentos somou R$ 7,8 bilhões.
No ranking setorial, as empresas mais investidas são de serviços financeiros (24%) e tecnologia da informação (13%). Já na lista de segmentos de VC, as fintechs e insurtechs (startups da área de seguros) seguem no topo da preferência dos investidores, com 18% da quantidade de empresas investidas de janeiro a março. Na sequência, aparecem as adtechs e martechs (de publicidade e marketing) e healtechs (de saúde), ambas com 11%.