09/07/2025 - 9:00
Com aportes frequentes em investimentos com boa rentabilidade, alcançar R$ 1 milhão em economias é um objetivo possível, ainda que possa levar algumas décadas.
O primeiro passo é avaliar seus rendimentos e despesas para saber quanto você pode economizar e investir todos os meses.
+ Selic a 15%: quanto rendem R$ 1.000 na poupança, CDB, LCI, LCA e Tesouro Direto
Especialista em investimentos e sócio da GT Capital, Joaquim Neto calculou simulações do tempo necessário para juntar R$ 1 milhão economizando R$ 200, R$ 500 ou R$ 800 por mês.
Para chegar ao resultado, foi observado o rendimento médio das aplicações entre janeiro de 2003 e junho de 2025. A inflação média do período (0,47% ao mês) também foi considerada para ajustar os ganhos. Não foram inclusos nos cálculos os tributos, as taxas administrativas e possíveis aportes extras.
A projeção considera também cinco tipos de aplicações diferentes. Veja abaixo:
Quanto tempo leva para juntar R$ 1 milhão
Com depósitos de R$ 200 por mês
Veja quanto tempo demora para alcançar R$ 1 milhão nos seguintes investimentos:
- CDB com rendimento de 100% do CDI: 58 anos (695 meses)
- Título do Tesouro Direto IPCA+6,5%: 49 anos (589 meses)
- ETF BOVA11: 54 anos (650 meses)
- ETF IVVB11: 28 anos (332 meses)
Com depósitos de R$ 500 por mês
- CDB com rendimento de 100% do CDI: 45 anos (540 meses)
- Título do Tesouro Direto IPCA+6,5%: 39 anos (466 meses)
- ETF BOVA11: 52 anos (509 meses)
- ETF IVVB11: 23 anos (274 meses)
Com depósitos de R$ 800 por mês
- CDB com rendimento de 100% do CDI: 37 anos (442 meses)
- Título do Tesouro Direto IPCA+6,5%: 32 anos (386 meses)
- ETF BOVA11: 35 anos (418 meses)
- ETF IVVB11: 20 anos (236 meses)
Entenda os investimentos analisados
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título de renda fixa emitido por bancos. A compra de um funciona como uma espécie de empréstimo a um banco que será pago de volta com um rendimento após um período pré-determinado. O CDB considerado rende 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário, índice que busca espelhar a taxa básica de juros, a Selic).
Segundo o cálculo de Joaquim Neto, o CDB com rendimento de 100% do CDI alcançou uma rentabilidade média real de 0,41% ao mês nos últimos 22 anos.
Já o Tesouro Direto funcionam como uma espécie de empréstimo ao Tesouro Nacional. Há títulos com diferentes tipos de rentabilidade. Na simulação, foi utilizado um papel que rende o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial do país) mais um prêmio de 6,5%.
Joaquim Neto calculou que a aplicação teve rentabilidade média de 0,53% ao mês nos últimos anos, já descontada a inflação.
O BOVA11 é um ETF (Exchange-traded fund, na sigla em inglês). Também conhecidos como “fundos de índice”, os ETFs são fundos de investimentos que buscam espelhar um índice, ao invés de supera-lo. No caso do BOVA11, ele segue de perto o rendimento do Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira.
A rentabilidade média calculada para a aplicação foi de 0,46% ao mês.
O IVVB11 é outro ETF. O índice espelhado por ele é o S&P 500, principal indicador de ações da bolsa de valores de Nova Iorque. Por sua ligação com o dólar, ele protege o investidor das perdas com a desvalorização do real.
Nos últimos 22 anos, sua rentabilidade descontada a inflação média foi de 1,17% ao mês.
Qual o melhor investimento?
Os dados apontam que, no período analisado, o investimento no ETF ligado a bolsa estadunidense teve o maior retorno. “Uma alocação global com proteção cambial pode entregar retornos superiores no longo prazo, mitigando ruídos do cenário doméstico e trazendo exposição a mercados mais maduros, com empresas de maior relevância e fluxos financeiros mais importantes”, explica Joaquim Neto.
Todavia, é necessário observar também outras características das aplicações, além do próprio perfil do investidor.
O CDB e o Tesouro, apesar de entregarem retornos menores, são também investimentos mais seguros. O primeiro conta com a proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para aplicações de até R$ 250 mil. Já os títulos públicos tem a proteção do Tesouro Nacional. A rentabilidade de ambas as aplicações é ainda constante e pré-determinada.
Já os investimentos atrelados às bolsas de valores apresentam oscilações típicas dos investimentos de alto risco, e podem assim acarretar perdas a depender da data escolhida pelo investidor para resgatar os valores.
Por fim, antes de buscar investimentos com maior risco ou que não podem ser resgatados a qualquer momento, é importante montar uma reserva de emergência com valores equivalentes a seis meses dos seus gastos. Veja neste link como fazer a sua.