Investimento é a palavra de ordem que move agora o governo na reação à crise. Do discurso à prática, a presidenta Dilma estabeleceu nova cota de recursos, da ordem de R$ 20 bilhões, para promover liquidez no caixa dos Estados e assim estimular medidas de combate à retração. Um bom começo, mas ainda é pouco. A União tem sido, ela mesma, extremamente conservadora na liberação de recursos para projetos públicos que, geralmente, mobilizam em cascata toda a cadeia produtiva. Para se ter uma ideia, até maio deste ano ela usou apenas 15% do total do orçamento de investimentos aprovado para o exercício. Mas promete daqui para a frente mudar essa política – do ritmo lento e gradual para o acelerado. 

 

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É o que se pode depreender da entrevista do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que nesta edição da DINHEIRO fala não apenas dos novos aportes como de sua expectativa de um crescimento promissor do PIB no segundo semestre para apagar da memória os números decepcionantes alcançados até aqui. Como balizadores do mercado, as verbas oficiais terão o poder de alavancar planos privados que estejam porventura engavetados. E é razoável que assim seja. Em cima de um colchão de liquidez de quase US$ 400 bilhões do BC, o governo possui lastro para ousar mais em termos de gastos produtivos, sem deixar, naturalmente, que esse dinheiro siga para desperdícios como o do inchaço da máquina. 

 

Dilma quer efetivamente agitar a economia turbinando inclusive o PAC. Estão previstos também novos cortes nos juros de empréstimos com recursos dos Fundos de Desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste. A cruzada de redução sistemática das taxas de juros tem sido a mais bem-sucedida desta temporada do governo Dilma. Em consequência dela, uma mudança de mentalidade e de procedimentos está em curso em todo o sistema financeiro, com dividendos notórios para o consumidor, que vem, inclusive, aprendendo a diferenciar as vantagens oferecidas por uma ou outra instituição. Aliar investimento com juros baixos parece ser a receita ideal para o crescimento do bolo. Até porque, em qualquer circunstância, investir é preciso. E a custo baixo, melhor ainda.