Brasileiros com viagem marcada para o exterior precisam agora de mais atenção: as mudanças anunciadas pelo governo federal aumentaram os custos e a necessidade de cuidado ao fazer seu planejamento.

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Relembrando: na semana passada, o governo federal unificou em 3,5% a alíquota de IOF sobre operações de câmbio com cartões de crédito, débito e pré-pagos internacionais, além de remessa de recurso para conta no exterior e compra de moeda em espécie.

Até então o IOF cobrado de uma remessa para conta no exterior de mesma titularidade ou compra de moeda estrangeira em espécie era de 1,1%. Para cartão de crédito, débito ou pré-pago, era de 3,38%.

Assim, comprar dinheiro em espécie ou utilizar uma remessa para uma conta ao exterior custava mais barato do que outras opções em cartão. Agora, esta vantagem desapareceu. Quem estava acostumado a sempre utilizar os meios mais baratos, passará a ter um gasto maior com impostos.

IOF unificado em 3,5%: o que mudou?

Veja antes e depois de custo para levar US$ 1 mil em uma viagem. Os números foram calculados pelo planejador financeiro e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff.

ModalidadeIOF anteriorCusto anteriorIOF atualCusto atualDiferença
Compra da moeda em espécie1,10%R$ 5.696,823,50%R$ 5.832,06R$ 135,24
Cartão de crédito/débito habilitado para uso no exterior3,38%R$ 5.825,303,50%R$ 5.832,06R$ 6,76
Cartão pré-pago3,38%R$ 5.825,303,50%R$ 5.832,06R$ 6,76
Remessa para conta ao exterior de mesma titularidade1,10%R$ 5.696,823,50%R$ 5.832,06R$ 135,24
Remessa para conta ao exterior de outra titularidade0,38%R$ 5.656,253,50%R$ 5.832,06R$ 175,81

Como se preparar para sua viagem?

Antes da mudança, a recomendação era buscar os meios mais baratos para enviar o dinheiro ao exterior — ou seja, as remessas para conta no exterior e a compra de moeda em espécie.

Agora, todas as formas de levar dinheiro para sua viagem tem o mesmo imposto. Ao invés de focar então no modelo de pagamento, ocê deverá comparar as instituições e analisar o custo total de cada uma.

“Será essencial comparar as taxas totais envolvidas em diferentes métodos de pagamento internacional, como cartões de crédito, cartões pré-pagos e transferências bancárias”, orienta o head comercial da Exchange, Lucas Tavares.

Também devem ser considerados aspectos particulares do destino da viagem. “O cartão internacional pode valer mais a pena pela praticidade e segurança. Já em destinos com economia menos digitalizada ou com risco elevado de fraude, pode ser necessário portar uma quantia em espécie — mas agora isso custa mais”, explica o planejador financeiro e especialista em investimentos, Jeff Patzlaff.

Por fim, o planejamento prévio segue um grande diferencial, ou seja, “planejar remessas com antecedência, aproveitar momentos de câmbio mais favoráveis e minimizar o impacto do IOF elevado”, finaliza Tavares.

O especialista Jeff Patzlaff recomenda ainda fazer reserva para viagens de forma mensal, adicionado poucos valores todo mês. A estratégia, conhecida no mercado como “preço médio”, também ajuda a reduzir os impactos da variação do câmbio e a evitar “se assustar com esse tipo de medida do governo”.