O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,44% em maio, acelerando frente a alta de 0,21% registrada no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado, porém, veio abaixo do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,48% para o período. A alta de 0,44% registrada em maio também foi  a mais branda para o mês desde 2021, quando também subiu 0,44%.

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As maiores influências vieram dos grupos Saúde e cuidados pessoais, que registrou alta de 1,07%, e Transportes, que acelerou 0,77%, em grande parte por causa da alta na gasolina (1,90%), responsável por um impacto de 0,09 ponto percentual no índice geral do mês.

Alta de 3,70% em 12 meses

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,12% e, em 12 meses, de 3,70%, abaixo dos 3,77% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio de 2023, o IPCA-15 foi de 0,51%.

A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

O que mais subiu

No grupo Transportes, houve aumento na gasolina (1,90%) e nas passagens aéreas (6,04%. Em relação aos demais combustíveis, o etanol (4,70%) e o óleo diesel (0,37%) tiveram alta. Por outro lado, o gás veicular (-0,11%) registrou queda no preço.

Destaca-se também a variação do metrô (2,53%), que foi influenciada pelo reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro, e a alta do táxi (0,73%), impactada pelo reajuste médio de 17,64% no Recife.

Entre os alimentos, destaque para as altas da cebola (16,05%), do café moído (2,78%) e do leite longa vida (1,94%). No lado das quedas, destacam-se o feijão carioca (-5,36%), as frutas (-1,89%), o arroz (-1,25%) e as carnes (-0,72%).

Expectativas e Selic

O BC reduziu neste mês o ritmo de afrouxamento monetário com um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros Selic, para 10,50% ao ano, após seis quedas consecutivas de 0,50 ponto na taxa. Também foi abandonada a indicação para passos futuros da política monetária.

A ata desse encontro mostrou que todos os diretores defenderam uma política monetária mais contracionista, cautelosa e sem indicação futura sobre os juros, apesar da divisão no colegiado sobre a intensidade do corte na Selic.

A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 3,86%, com a Selic a 10,0%.

“Entendemos que o IPCA-15 de hoje trouxe uma composição benigna, com surpresa positiva em alimentos e desaceleração em serviços subjacentes. É uma inflação, portanto, condizente com mais um corte de 25bps na taxa Selic na próxima reunião do Copom”, avaliou Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos.