O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), conhecido como a prévia da inflação, teve alta de  0,62% em novembro, após subir 0,54% em outubro.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,35%. Em 12 meses, a variação foi de 4,77%, acima dos 4,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. A taxa em 1 ano é a mais elevada desde novembro de 2023 (4,84%) e não superava 4,5% desde dezembro do ano passado.

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O resultado veio acima do esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,48% para o período.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O que puxou a alta

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em novembro. A maior variação e o maior impacto positivo vieram de Alimentação e bebidas (1,34%), que registrou aumento de preços pelo terceiro mês consecutivo. As demais variações ficaram entre o recuo de -0,01% de Educação e o aumento de 0,83% em Despesas Pessoais.

Entre as maiores altas, destaques para os preços do óleo de soja (8,38%), do tomate (8,15%) e das carnes (7,54%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-11,86%), o ovo de galinha (-1,64%) e as frutas (-0,46%).

No grupo dos Transportes, o subitem passagem aérea subiu 22,56% e teve o maior impacto individual no índice do mês (0,14 ponto percentual). O subitem ônibus urbano aumentou 1,34%. Em combustíveis, houve aumentos nos preços do gás veicular (1,06%) e da gasolina (0,07%), enquanto o etanol (-033%) e o óleo diesel (-0,17%) reduziram os preços.

No grupo Habitação, a energia elétrica desacelerou de 5,29% em outubro para 0,13% em novembro, com a vigência da bandeira tarifária amarela, a partir de 1º de novembro, em vez da vermelha.

Repercussão

Com a inflação e a desancoragem das expectativas como importante ponto de preocupação, o Banco Central acelerou o ritmo de aperto monetário e elevou a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual em novembro, a 11,25% ao ano.

Embora não tenha deixado claro o que fará na última reunião do ano, em dezembro, a pesquisa Focus realizada pelo BC com especialistas mostra expectativa de novo aumento de 0,5 ponto, levando a Selic a 11,75%. Ainda no último levantamento, a projeção para a alta do IPCA este ano passou a 4,63%, indo a 4,34% em 2025.

“As expectativas para a inflação futura continuam sendo um dos principais desafios. Diante disso, do ponto de vista da política monetária, o Copom deve manter o ritmo e optar por uma alta de 0,50 ponto percentual na Selic na reunião de dezembro, com viés de alta”, disse Igor Cadilhac, economista do PicPay.