Diante da queda nos preços de alimentação, a prévia da inflação de julho ficou em 0,30%, após taxa de 0,39% registrada em junho, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quinta-feira, 25 pelo IBGE.

Em 12 meses, o índice acelerou para 4,45%, acima dos 4,06% observados nos 12 meses imediatamente anteriores,  se aproximando do teto da meta de inflação.

O resultado veio acima do esperado pelo mercado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,23% em julho.

Transporte mais caro e comida mais barata

A inflação de julho foi puxada pela alta dos combustíveis (1,39%) e das passagens aéreas (19,21%). Segundo o IBGE, o grupo Transportes respondeu sozinho por mais da metade (0,23 ponto percentual) do índice do mês.

Em relação aos combustíveis,  gasolina (1,43%), etanol (1,78%) e óleo diesel (0,09%) tiveram alta, enquanto gás veicular (-0,25%) registrou queda.

A boa notícia veio nos preços dos alimentos. O grupo Alimentação e bebidas teve deflação de 0,44%, após oito meses consecutivos de alta. Entre as maiores quedas, destaque para os preços da cenoura (-21,60%), do tomate (-17,94%), da cebola (-7,89%) e das frutas (-2,88%). No lado das altas, destacam-se o leite longa vida (2,58%) e o café moído (2,54%).

No grupo Habitação, a alta foi foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica (1,20%). Em julho, passou a vigorar a bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$1,885 a cada 100kwh consumidos.

Expectativa para o ano

Na visão dos analistas do Itaú o resultado indica que “a mínima do ano deve ter ficado em junho”.

“Para frente, esperamos que o componente de serviços siga pressionado, refletindo o mercado de trabalho apertado. Também esperamos aceleração dos bens industriais, refletindo o câmbio mais depreciado’, avaliou o banco.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

O boletim Focus do Banco Central, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA no término deste ano subiu para 4,05%, de 4% na semana anterior, no que havia sido a primeira queda na projeção após nove semanas consecutivas de alta.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir na próxima semana. O BC interrompeu o ciclo de afrouxamento monetário em junho e a expectativa é de que a taxa básica de juros Selic feche o ano no atual nível de 10,5%.

Para o cálculo do IPCA-15, a metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica. Os preços foram coletados no período de 15 de junho a 15 de julho de 2024 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de maio a 14 de junho de 2024 (base).