A prévia da inflação de junho ficou em 0,39%, desacelerando após taxa de 0,44% registrada em maio, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quarta-feira, 26, pelo IBGE. O resultado veio um pouco melhor do que o esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,45% para o período.

Em 12 meses, porém, o índice ficou em 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2023, a taxa foi de 0,04%.

Apesar da desaceleração do IPCA-15 ante a variação positiva de 0,44% de maio, a taxa de 0,39% foi a mais acentuada para o mês de junho desde 2022, quando subiu 0,69%.

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Preço da batata dispara 24,18%

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho. Apenas o grupo dos Transportes (-0,23%) e o de Artigos de residência (-0,01%) apresentaram variação negativa.

Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,98% em junho, após alta de 0,26% em maio. O grupo respondeu, sozinho, por 0,21 ponto porcentual, ou mais da metade, do IPCA-15 do mês.

Entre os “vilões” da inflação em junho, destaque para batata inglesa (24,18%), leite longa vida (8,84%), arroz (4,20%) e tomate (6,32%). No lado das quedas, feijão carioca (-4,69%), cebola (-2,52%) e frutas (-2,28%) ficaram mais baratos em junho.

No grupo Transportes, houve queda na passagem aérea (-9,87%).

Em relação aos combustíveis, todos registraram queda nos preços em junho: etanol (-0,80%), gás veicular (-0,46%), óleo diesel (-0,42%) e gasolina (-0,13%).

Expectativas

As expectativas do mercado para a alta do IPCA subiram a 3,98% e 3,85% respectivamente em 2024 e 2025, segundo mostrou a última pesquisa Focus.

O centro da meta oficial para a inflação em 2024, 2025 e 2026 é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

“O IPCA-15 de junho veio abaixo do esperado com destaque para passagem aérea. Apesar da desaceleração de serviços subjacentes na margem, serviços ligados a mão de obra seguem pressionados e sem apresentar melhora na margem”, avaliou, em relatório, o Itaú.