O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, ficou em 0,18% em outubro, abaixo da taxa e 0,48% registrada em setembro, divulgou nesta sexta-feira, 24, o IBGE.

No ano, o índice acumula alta de 3,94% e, nos últimos 12 meses, a variação foi de 4,94%, abaixo dos 5,32% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

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O resultado veio melhor do que o esperado. Pesquisa da Reuters com economistas estimava alta de 0,25% para o período.

Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 6 tiveram alta no mês de outubro. O maior impacto positivo veio de Transportes (0,41% e 0,08 p.p), seguido por Despesas pessoais (0,42% e 0,04 p.p.). Alimentação e bebidas (-0,02% e 0,0 p.p.), grupo de maior peso no índice, registrou queda de preços pelo quinto mês consecutivo.

Meta da inflação

Apesar da melhora, a inflação ainda segue longe do centro da meta oficial, que é de 3% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

A expectativa do mercado para a alta do IPCA em 2025 é de 4,70%, segundo o último boletim Focus. Já para 2026, a projeção é de alta de 4,27%. Já para a taxa básica de juros, a perspectiva é de que a Selic termine este ano nos atuais 15% e o próximo a 12,25%.

“O resultado é muito bom do indicador, mas não devemos nos ‘emocionar’ com os números. É sabido que a autoridade monetária está de olho em 2027 e sendo assim o mercado tem que ele mesmo revisar as projeções para termos assim um alívio nas condições monetárias atuais. Corte de juros apenas em 2026”, avaliou o economista André Perfeito.

O que ficou mais caro e o que ficou mais barato

A alta de 0,41% do grupo Transportes foi influenciada principalmente pelos combustíveis, que subiram 1,16%, e pelas passagens aéreas, com alta de 4,39%. O etanol (3,09%), a gasolina (0,99%) e o óleo diesel (0,01%) apresentaram altas, enquanto o gás veicular teve queda de 0,40%.

No entanto, a Petrobras anunciou nesta semana redução em 4,9% do preço médio da gasolina vendida em suas refinarias a distribuidoras a partir de 21 de outubro, em momento em que o seu combustível está mais caro do que o produto vendido no exterior.

O grupo Habitação mostrou desaceleração da alta a 0,16% em outubro, depois de ter subido 3,31% em setembro, uma vez que a energia elétrica residencial passou a cair 1,09%, após ter disparado 12,17% no mês anterior. Em outubro, a bandeira tarifária para a conta de energia é vermelha patamar 1, com cobrança adicional de R$4,46 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, depois de ser adotada a bandeira vermelha patamar 2 em setembro.

Já alimentos e bebidas voltaram a registrar deflação, após já ter recuado 0,63% em setembro. Contribuíram para esse resultado as quedas da cebola (-7,65%), do ovo de galinha (-3,01%), do arroz (-1,37%) e do leite longa vida (-1%). No lado das altas, destacam-se o óleo de soja (4,25%) e as frutas, que subiram, em média, 2,07%.

“A inflação segue em trajetória de moderação, mas a composição dos preços ainda preocupa, especialmente pela pressão dos serviços subjacentes e dos itens intensivos em mão de obra. Isso reforça a leitura de que o combate à inflação deve continuar de forma prudente, sem relaxar prematuramente as condições monetárias”, avaliou Pablo Spyer, conselheiro da Ancord.