Em meio às discussões do governo eleito sobre aumento de gastos no ano que vem, a expectativa para a alta do IPCA – índice de inflação oficial – de 2023 subiu pela terceira semana seguida no Boletim Focus. A projeção para este ano também continuou em alta, enquanto a mediana para 2024 permaneceu parada.

A projeção para 2022 avançou de 5,91% para 5,92%, contra 5,63% há um mês. A previsão para 2023 subiu de 5,02% para 5,08%. Para 2024, a mediana permaneceu em 3,50%. Há quatro semanas, as estimativas eram de 4,94% e 3,50%, nessa ordem.

Considerando somente as 98 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 5,93% para 5,94%. Para 2023, variou de 5,00% para 5,11%, com as 97 alterações realizadas na última semana.

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As medianas na Focus para a inflação oficial em 2022 e 2023 estão acima do teto da meta para esses horizontes (de 5,00% e 4,75%, nessa ordem), apontando para três anos de descumprimento do mandato principal do Banco Central. Para 2024, a projeção do mercado está acima do alvo central de 3,00%, mas aquém do limite superior de 4,50%.

Neste momento, o foco da política monetária está nos anos de 2023 e de 2024. Mas o BC tem dado ênfase ao horizonte de seis trimestres à frente, atualmente o segundo trimestre de 2024.

Na Focus divulgado nesta segunda-feira, 5, a previsão para 2025 permaneceu em 3,00%. A meta para o ano é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.

No Copom de outubro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 5,8% em 2022, 4,8% em 2023 e 2,9% para 2024. O colegiado manteve a Selic em 13,75% ao ano pela segunda vez seguida.

Meses

Os economistas do mercado financeiro alteraram a projeção para o IPCA de novembro no Boletim Focus. O avanço da mediana foi de 0,51% para 0,53%. Há um mês, o porcentual esperado era de 0,40%.

Para o IPCA de dezembro, a estimativa continuou em 0,64%, contra 0,66% um mês antes. Para janeiro de 2023, a previsão para o indicador cedeu de 0,56% para 0,55%. Era de 0,54% há quatro semanas.

A expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses variou de 5,27% para 5,28% – há um mês, estava em 5,13%.