Neste ano os bancos estão oferecendo a possibilidade de antecipar até 100% da restituição do Imposto de Renda dos clientes. Essas contratações podem ser feitas diretamente nos canais digitais das instituições, o que facilita a vida de quem prefere se proteger contra a covid-19 em casa.

Apesar da facilidade, essa antecipação precisa ser vista como um empréstimo bancário, uma vez que ele pode estar sujeito a juros. O pagamento na maioria dos bancos é feito de forma automática: o cliente recebe a antecipação e paga uma taxa mensal até o recebimento da restituição pela Receita Federal. Assim que o dinheiro é creditado na conta, o banco liquida a fatura aberta.

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Como garantir a antecipação da restituição do Imposto de Renda?

No Banco do Brasil, por exemplo, a antecipação da restituição é feita em um limite de R$ 20 mil e são cobrados juros de 1,43% ao mês – taxa que pode variar a depender do canal de contratação escolhido e do perfil do cliente.

No Santander, as taxas chegam a 1,69% ao mês e variam conforme o perfil do cliente. Basta apresentar a declaração do IRPF 2021 e o dinheiro pode ficar disponível no mesmo dia.

O Itaú Unibanco oferece taxas de 1,73% ao mês e os limites podem chegar a R$ 5 mil para cientes do varejo e Uniclass, ou R$ 10 mil para quem for Personnalité.

Para o presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (ABEFIN), Reinaldo Domingos, é precisa cautela ao fechar contrato de antecipação da restituição. Em momentos de normalidade, avalia ele, o ideal é não embarcar em dívidas deste tipo, mas como o trabalhador passa por uma situação de anormalidade, a opção pode servir como um complemento de renda.

“Vivemos tempos de guerra contra o covid-19 e seus impactos financeiros, assim, esse dinheiro se mostra uma ótima alternativa para quem está com redução ou sem renda”, disse Domingos por nota.

Outro ponto que o contribuinte deve levar em conta é garantir que a declaração está correta e sem informações desencontradas, já que ele pode cair na malha fina e ter de arcar com todo o empréstimo do banco.

“Cair na malha fina é mais fácil do que parece, principalmente com a ampliação de cruzamentos de informações feita pela Receita Federal. Às vezes, a pessoa faz tudo corretamente, como manda o manual, e, assim mesmo, vai parar na malha fina. Isso acontece, por exemplo, quando a fonte pagadora fornece à Receita uma informação diferente da qual liberou para o colaborador”, indicou Domingos.