23/06/2025 - 15:09
Investida, em resposta a bombardeio americano a instalações nucleares iranianas, não parece ter provocado danos. Catar abriga a base aérea de Al Udeid, maior instalação militar americana no Oriente Médio.Após o Irã anunciar o lançamento de mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Oriente Médio, explosões foram ouvidas em Doha, no Catar, na noite desta segunda-feira (23/06, tarde do Brasil). Segundo as autoridades catarianas, os mísseis foram interceptados e não há mortos. O governo declarou que se reserva o direito de responder à agressão.
Outro alvo dos mísseis foi o Iraque, onde fica a base americana Ain al-Assad, mas não está claro se houve danos ou feridos.
O Catar abriga a base aérea de Al Udeid, a maior mantida pelos americanos no Oriente Médio. Situado do outro lado do Golfo Pérsico, o quartel-general avançado do Centro de Comando militar americano reúne aproximadamente 10 mil soldados.
O espaço aéreo do Catar havia sido fechado horas depois de Estados Unidos e Reino Unido instarem seus cidadãos a buscarem um abrigo seguro com urgência.
O Irã havia prometido retaliação pelo bombardeio de suas instalações nucleares pelos americanos, na madrugada do domingo. Pouco antes das explosões, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, escreveu no X que seu país não havia começado a guerra, nem a procurado, mas não deixaria a “invasão do grande Irã sem resposta”.
Petrolíferas evacuam estrangeiros
Mais cedo nesta segunda-feira, o Irã havia sido alvo de novos ataques israelenses que atingiram o complexo nuclear subterrâneo de Fordo e a entrada da prisão de Evin, onde estão encarcerados dissidentes do regime do aiatolá Ali Khamenei. Via redes sociais, os militares israelenses anunciaram que continuariam a atacar alvos no entorno de Teerã “ao longo dos próximos dias”.
Segundo a agência de notícias Reuters, as empresas petrolíferas BP, Eni e TotalEnergies começaram a evacuar funcionários estrangeiros de campos de petróleo iraquianos, em meio à ameaça da milícia iraquiana Kataib Hezbollah, alinhada ao Irã, de atacar os soldados americanos na região.
Apesar de o Irã ter ameaçado fechar o Estreito de Ormuz, por onde escoa boa parte do petróleo da região, os preços da commodity até agora se mantiveram relativamente estáveis, o que sugere que os mercados internacionais não preveem uma disrupção nas cadeias globais de abastecimento.
ra/av (AP, Reuters)