08/09/2020 - 15:46
Teerã lançou um novo projeto de fábrica de “centrífugas avançadas” com o objetivo de substituir outra instalação seriamente danificada por “sabotagem” em julho, informou o chefe do programa nuclear do Irã nesta terça-feira.
A Organização Iraniana de Energia Atômica disse no final de agosto que sua usina de Natanz (centro), foi duramente atingida no início de julho por uma explosão misteriosa, havia sido alvo de “sabotagem”.
Esta fábrica foi destinada à montagem de centrífugas avançadas, cujo objetivo é aumentar a capacidade de produção de urânio enriquecido, em contradição com os compromissos assumidos pelo Irã no acordo internacional sobre o programa de energia nuclear iraniano, assinado em Viena em 2015 com várias potências.
Após a decisão dos EUA de abandonar unilateralmente esse acordo, em maio de 2018, e impor novamente fortes sanções econômicas ao Irã, Teerã gradualmente se libera desde maio de 2019 da maioria dos compromissos assumidos em Viena.
Devido à ‘sabotagem’ em Natanz, “decidiu-se construir uma fábrica mais moderna, maior e mais eficiente em todos os aspectos no coração da montanha”, perto de Natanz, disse Ali Akbar Salehi, diretor da OIEA, em um curta declaração emitida pela televisão oficial iraniana.
“Iniciamos o trabalho preliminar fornecendo o equipamento necessário e montando uma série de câmaras de produção de centrífugas avançadas”, acrescentou, sem dar mais detalhes.
O complexo Martyr Ahmadi Rochan em Natanz é um dos principais centros do programa nuclear iraniano, sob altíssima segurança.
Após a explosão em julho de uma das várias instalações desse parque industrial, a agência oficial iraniana emitiu advertências aos Estados Unidos e Israel, acusando Teerã de desenvolver um programa nuclear militar secreto, que o Irã nega.
No domingo, o porta-voz da organização energética iraniana, Behruz Kamalvandi, indicou sem maiores detalhes que a investigação sobre a sabotagem em Natanz identificou os “elementos” responsáveis por este ato.
Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), responsável pelo controle das atividades nucleares iranianas, a quantidade de urânio pouco enriquecido acumulada por Teerã atingiu 2.105,4 quilos no final de agosto, mais de dez vezes o limite autorizado pela o acordo de Viena.