15/03/2021 - 19:47
A influente irmã do líder norte-coreano, Kim Jong Un, investiu nesta terça-feira (noite de segunda, 15, no Brasil) contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul, noticiou a agência sul-coreana de notícias Yonhap, no início da visita dos novos secretários de Estado e Defesa americanos a Tóquio e Seul.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul iniciaram exercícios militares conjuntos na semana passada e a imprensa oficial norte-coreana publicou um comunicado de Kim Yo Jong com um “conselho à nova administração dos Estados Unidos, que está lutando por difundir o cheiro de pólvora na nossa terra do outro lado do oceano”, reportou a Yonhap.
“Se quiserem dormir bem nos próximos quatro anos, seria melhor que não façam nada que lhes faça perder o sono”, declarou a irmã do líder norte-coreano segundo a agência.
É a primeira referência explícita das autoridades norte-coreanas ao novo governo em Washington, mais de quatro meses após a eleição de Joe Biden para substituir Donald Trump, embora em nenhum momento mencione o nome do democrata.
A abordagem incomum de Trump à política externa o levou a trocar insultos e ameaças de guerra com Kim Jong Un antes de iniciar um romance diplomático que levou a uma série de cúpulas.
Mas, no final, a relação não se traduziu em avanços para a desnuclearização da Coreia do Norte, que está sujeita a várias sanções internacionais por seu programa de armas.
O processo de negociação foi promovido pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, mas a relação entre Seul e Pyongyang esfriou desde o fracasso da cúpula Kim-Trump em Hanói em fevereiro de 2019.
Kim Yo Jong é uma conselheira influente de seu irmão e foi a voz principal quando as tensões entre as duas Coreias aumentou no ano passado, culminando na destruição do escritório de ligação no lado norte-coreano da fronteira comum.
Seul e Washington estão unidos por um tratado que prevê o envio de cerca de 28.500 soldados à Coreia do Sul para defendê-la da vizinha em caso de confronto bélico.
Na semana passada, sul-coreanos e americanos realizaram uma simulação de exercícios militares conjuntos por computador.
O Norte sempre condena esses exercícios como uma preparação para a invasão e, em sua declaração, Kim Yo Jong garante que o “governo sul-coreano escolheu mais uma vez a ‘Marcha da Guerra'”, a “Marcha da Crise” em vez de “colocar as pessoas em primeiro lugar”.
“Não será fácil para os dias quentes de primavera de três anos atrás retornarem se o governo sul-coreano seguir qualquer tipo de instrução de seu mestre”, acrescentou, ameaçando revogar o acordo militar entre as duas Coreias se Seul agir “provocativamente”.