Dois irmãos morreram após terem contraído a febre amarela, em Espírito Santo do Pinhal, interior de São Paulo. A confirmação da causa das mortes, na quinta-feira, 8, pela prefeitura, deixou em alerta moradores da cidade de 45 mil habitantes. Houve corrida aos postos de vacinação na manhã desta sexta-feira, 9.

A Secretaria da Saúde pediu tranquilidade à população, mas orientou os visitantes a tomarem a vacina antes de irem para a cidade, sobretudo se forem para áreas rurais. Os dois irmãos – de 46 e 50 anos, respectivamente – trabalhavam na zona rural, na divisa de São Paulo com Minas Gerais. Um deles morava na área urbana.

O prefeito Sergio Del Bianchi Junior (PSD) pediu calma aos moradores. “A população não precisa entrar em pânico e os que ainda não se vacinaram devem se dirigir ao posto de saúde, pois temos vacinas. Realizamos as ações de bloqueio e informamos todas as esferas de governo, inclusive o ministro da Saúde e o presidente da República”, disse.

Segundo ele, o governo garantiu que haverá vacinas para imunizar a população. A cidade chegou a registrar falta de vacina em janeiro, quando houve uma corrida aos postos, com a notificação desses casos como suspeitos.

De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Isabela Tofoli Ribeiro, o município ainda tem 15 mil pessoas não vacinadas. “A gente recebe a vacina de forma escalonada e esperamos que não falte, até porque na próxima semana vamos ampliar o horário de atendimento de algumas unidades em duas horas, exclusivamente para vacinação.”

A preocupação é com o carnaval, quando a cidade recebe muitos turistas. “Como a vacina leva dez dias para imunizar, pedimos que as pessoas não vacinadas não venham para cá e, se vierem, permaneçam na área urbana.”

Avanço

O vírus continua avançando pelo interior de São Paulo. Em Itu, a primeira morte pela doença foi confirmada nesta sexta-feira, 9, mas a prefeitura ainda investiga se a vítima, um jovem de 26 anos, se contaminou na própria cidade. Morador de Itu, o paciente estava internado num hospital de Indaiatuba, cidade próxima, e morreu em janeiro.

Também foi divulgado um caso suspeito da doença. O paciente é um agrônomo que trabalha numa região de mata, em Mairiporã, cidade com o maior número de casos no Estado. O agrônomo foi tratado e teve alta. “Até o momento, não há confirmação de que o vírus esteja circulando na cidade, mesmo assim a prefeitura reforça o apelo para que os cidadãos compareçam às unidades de saúde para se vacinar”, informou em nota. Conforme a prefeitura, apenas 10% da população está vacinada.

O Departamento de Vigilância em Saúde de Campinas confirmou na quinta-feira o primeiro caso de febre amarela na cidade, mas o paciente de 54 anos teria se contaminado ao passar o fim do ano em Mairiporã e região da Serra da Cantareira, na Grande São Paulo. Ele não tinha sido vacinado. O paciente ficou internado num hospital particular de Campinas e já recebeu alta.

Em São Roque, a prefeitura confirmou, também na quinta, o primeiro caso de febre amarela em humano. O paciente mora no distrito de Maylasky, próximo de uma área de mata onde foram encontrados cinco macacos mortos, todos infectados com o vírus.

De acordo com o Departamento de Saúde, o paciente, que está se recuperando, só contraiu a doença porque não tinha se vacinado. “Alertamos a população que não foi imunizada a se dirigir a um posto de saúde, com a carteira de vacinação”, pediu, em comunicado.