André Turquetto, diretor de marketing para a América Latina da administradora americana BlackRock, precisa convencer os investidores brasileiros que aplicar em fundos negociados no pregão da bolsa, os chamados ETFs (sigla inglesa para exchange traded funds), é melhor do que investir nos fundos de ações convencionais. A tarefa não é fácil. “Ainda há muito desconhecimento por parte dos investidores”, diz ele. Para aumentar os negócios, a BlackRock contratou o banco Santander para ser formador de mercado dos seus fundos. A meta é transformá-los em um produto para o varejo. 

 

30.jpg

 

Os ETFs são uma maneira de o investidor comprar várias ações de uma vez. A maioria reproduz índices de mercado (veja o quadro) e é gerida como fundos de ações. A diferença é que, para aplicar, o investidor tem de comprar as cotas na bolsa. Quem quiser sair terá de vender a cota para outro investidor. 

 

O receio de não encontrar comprador em uma hora de necessidade afasta os investidores, algo que a BlackRock pretende remediar com a contratação do Santander. A contratação de um formador de mercado chega a elevar a liquidez das ações entre 20% e 50% e reduzir as oscilações à metade.

 

Vale a pena?  “Os ETFs são uma forma conveniente de se aplicar na renda variável para quem não está acostumado com o mercado”, diz Roberto Barbuti, diretor do Santander. Eles são uma alternativa prática para quem quer investir na bolsa sem muita preocupação com a escolha das ações. 

 

31.jpg

Roberto Barbuti: ”Os ETFs são uma boa alternativa para quem não conhece o mercado”

 

“Esses fundos apresentam uma relação muito próxima com os índices que reproduzem”, diz Einar Rivero, sócio da Economática. A diferença está na taxa de administração, que representa um custo que o investidor não teria se comprasse diretamente as ações.

 

Os fundos da BlackRock cobram taxas entre 0,54% e 0,69%, comparáveis às de um fundo de ações barato. A desvantagem é que as transações têm de ser intermediadas por uma corretora, que vai cobrar por isso.

 

32.jpg

 

A BlackRock está estudando lançar fundos que reproduzem índices internacionais, como o Dow Jones e o S&P 500, da bolsa de Nova York. “Queremos oferecer também fundos ligados a índices de renda fixa ou de commodities, que são muito comuns na Europa e nos Estados Unidos”, diz Turquetto.