Pritzker = Nobel da Arquitetura. E o eleito deste ano é o japonês Arata Isozaki, designer de um mundo pós-guerra. Ele é chamado “imperador da arquitetura japonesa” por seus pares e “visionário” pelos críticos. Para muitos, ganhar o Pritzker foi uma honra tardia a esse profissional de 87 anos, “reconhecido por fundir o Oriente e o Ocidente, o moderno e o pós-moderno, o global e o local”, nas palavras do The New York Times.

Seus mais de 100 projetos incluem o Museu de Arte Contemporânea, de Los Angeles, o Palau Sant Jordi, de Barcelona, e o Centro de Convenções Nacional do Catar, em Doha. Ao contrário de tudo o que pensou, ele vive num apartamento modesto em Naha, capital de Okinawa.

Filosofia, literatura, teatro…

Sua arquitetura é composta de arte visual, poesia, filosofia, teatro, literatura e design. “Meu conceito de arquitetura é invisível”, disse ele na reportagem do The New York Times. “É intangível. Mas acredito que isso pode ser sentido através dos cinco sentidos.”

Isozaki diz que, como o universo, “a arquitetura surge do nada”, torna-se algo e acaba se tornando nada. “Esse ciclo de vida, do nascimento até a morte, é um processo que eu quero mostrar.”

Dois brasileiros

Ele é o 46º laureado do prêmio — e o oitavo do Japão. Ele receberá o prêmio em uma cerimônia na França, em maio. O site oficial do prêmio disse que ele “nunca apenas reproduziu o status quo.” Dois brasileiros ganharam o Pritzker: Oscar Niemeyer (1988) e Paulo Mendes da Rocha (2006).

Nascido em Oita, na ilha de Kyushu, em 1931, Isozaki amadureceu em um Japão do pós-guerra que estava “em ruínas completas”. Só havia entulho no chão. Depois de se formar no departamento de arquitetura da Universidade de Tóquio em 1954, torna-se discípulo de Kenzo Tange, o vencedor do Pritzker de 1987, conhecido como o pai da arquitetura japonesa do pós-guerra.