Os serviços de inteligência dos Estados Unidos e Israel colaboraram no desenvolvimento de um vírus destrutivo do sistema de informática iraniano, para sabotar os esforços do Teerã de fabricar armas nucleares, informou neste domingo o jornal The New York Times.

O diário cita o depoimento de especialistas militares e de inteligência.

Segundo eles, Israel testou efetivimente o vírus Stuxnet, que causou, aparentemente, o fechamento de uma quinta parte das centrífugas nucleares iranianas em novembro do ano passado, além de atrasar a capacidade da República Islâmica de construir suas primeiras armas nucleares.

As provas foram realizadas no fortemente protegido complexo israelense de Dimona, no deserto de Neguev, que abriga o não declarado programa de armas nucleares do Estado hebreu.

Especialistas e funcionários disseram ao jornal que o projeto para a criação do Stuxnet foi um esforço conjunto entre Israel e Estados Unidos, com a ajuda, consciente ou não, de Alemanha e Grã-Bretanha.

“Para testar o vírus é preciso conhecer as máquinas”, disse um técnico ao Times.

Especulava-se amplamente sobre se Israel estaria por trás do Stuxnet que atacou computadores iranianos; Teerã também acusou o Estado hebreu e os Estados Unidos de assassinarem dois cientistas nucleares, em novembro e janeiro.

A notícia publicada pelo The New York Times foi divulgada num momento em que o Irã afirma que seu polêmico programa de enriquecimento de urânio avança “significativamente”, apesar das sanções de que é objeto.

Foi divulgada, também, dias antes da reunião de alto nível entre Teerã e seis potências mundiais (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha) sobre o programa nuclear iraniano (21 e 22 de janeiro em Istambul, Turquia).

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